Coreia do Norte mantém 65 mil pessoas em campos de prisioneiros políticos
Estudo detalha a brutalidade das detenções sob o regime de Kim Jong-un e suas implicações para os direitos humanos
Internacional|Do R7
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A Coreia do Norte continua a operar uma complexa rede de campos de prisioneiros políticos, segundo um relatório divulgado na sexta-feira (17) pelo Instituto Coreano para a Unificação Nacional (KINU), uma entidade estatal da Coreia do Sul.
O estudo estima que entre 53 mil e 65 mil pessoas estejam atualmente detidas em quatro instalações, onde são submetidas a trabalhos forçados e vigilância extrema.
O relatório identifica os campos 14, 16, 18 e 25, localizados nas províncias de South Phyongan e North Hamgyong. Esses locais, conhecidos por suas condições brutais, são descritos como instrumentos de repressão do regime norte-coreano contra cidadãos acusados de crimes políticos, religiosos ou de traição. As informações foram compiladas com base em imagens de satélite norte-americanas e em depoimentos de desertores.
Entre as instalações mais antigas está o Campo 14, criado em 1965 em Kaechon. O local foi ampliado após a execução, em 2013, de Jang Song-thaek, tio do líder Kim Jong-un, quando seguidores do ex-dirigente foram transferidos para lá. Já o Campo 18, que originalmente funcionava em Pukchang, foi realocado para Kaechon em 2006.
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O Campo 16, situado próximo ao local de testes nucleares de Punggye-ri, levanta suspeitas de que os prisioneiros sejam utilizados como mão de obra forçada em atividades ligadas ao programa nuclear norte-coreano. O Campo 25, em Chongjin, difere dos demais por se assemelhar a uma prisão convencional, abrigando cerca de 5,8 mil detentos, segundo o relatório.
Apesar de o número total de presos ter diminuído desde 2013,quando se estimava entre 80 mil e 120 mil pessoas, o KINU afirma que isso não reflete uma melhora na situação dos direitos humanos. A redução estaria relacionada ao fechamento do Campo 15, o temido Yodok, conhecido por torturas e execuções.
Os prisioneiros são enviados a esses locais por motivos que vão desde manifestações contrárias às ordens de Kim Jong-un até práticas religiosas. O regime continua a negar oficialmente a existência dos campos, mas admitiu de forma indireta a presença de instalações de detenção durante uma revisão periódica das Nações Unidas em Genebra, em 2024.
A Coreia do Norte segue classificada por organismos internacionais como uma das nações com piores índices de violação de direitos humanos no mundo. O novo relatório reacende o debate global sobre o sistema repressivo de Kim Jong-un e as limitações da comunidade internacional para investigar o que se passa dentro das fronteiras do país mais fechado do planeta.
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