Coreia do Sul declara luto de uma semana e investiga grande tumulto que deixou 153 mortos
Governo prometeu investigar profundamente as causas da tragédia que também feriu 82 pessoas, 19 em estado grave
Internacional|Do R7
O governo da Coreia do Sul declarou luto nacional de uma semana neste domingo (30), depois que um evento de Halloween em Seul, no último sábado (29), deixou pelo menos 153 mortos e 82 feridos, e prometeu investigar profundamente as causas da tragédia.
O país asiático foi abalado pelo incidente, que ocorreu por volta das 22h22 (horário local; 10h22 em Brasília) de sábado em um beco íngreme perto do hotel Hamilton, em frente à estação de metrô de Itaewon, em uma conhecida área de vida noturna.
As autoridades tentam determinar a causa da tragédia, que testemunhas oculares, autoridades e vídeos postados nas redes sociais dizem ter sido causada por uma acumulação excessiva de gente em um beco estreito que liga a avenida principal do bairro, Itaewon Ro, a uma área de bares movimentada.
Centenas de pessoas foram esmagadas no beco, e muitas morreram de asfixia, entre os milhares que compareceram ao Itaewon para celebrar o Halloween.
Da festa ao pânico
Fotos publicadas na internet mostram um grande número de pessoas presas no beco, enquanto equipes de emergência tentam esvaziar a área e realizam manobras de ressuscitação.
Testemunhas oculares criticaram a falta de presença policial em um bairro famoso pela vida noturna, que atrai dezenas de milhares de pessoas todos os anos por volta do Halloween.
A opinião pública sul-coreana agora questiona a falta de planejamento em uma cidade habituada a lidar com aglomerações.
Muitos dos 153 mortos estão na casa dos 20 e poucos anos. Desse número provisório, quase cem são mulheres, de acordo com os bombeiros de Yongsan, que também relataram que 19 dos feridos estão em estado grave, motivo pelo qual o número final de mortos pode ser ainda maior.
Veja imagens do tumulto em festa tradicional da Coreia do Sul
As autoridades relataram que entre os mortos há cerca de 20 estrangeiros, vindos de China, Japão, Áustria, França, Noruega, Rússia, Estados Unidos, Austrália, Irã, Vietnã, Cazaquistão, Uzbequistão, Tailândia e Sri Lanka.
O governo de Seul disse também ter recebido 355 relatos de pessoas desaparecidas, que podem estar ligadas ao incidente. A identificação de todas as vítimas continua sendo realizada.
Cerca de 500 agentes da Agência de Polícia Metropolitana de Seul foram designados neste domingo para investigar o local e identificar as vítimas. O beco em que a tragédia ocorreu e as ruas circundantes permanecem isolados.
Perto do local, as pessoas começaram a colocar flores para as vítimas neste domingo. O governo anunciou que altares serão instalados na próxima segunda-feira (31), em uma praça em Itaewon e na praça em frente à Câmara Municipal de Seul.
Uma semana de luto nacional
O presidente sul-coreano, Yoon Suk-yeol, anunciou o início de um período de luto nacional, que vai durar até o próximo sábado, e prometeu uma "investigação exaustiva" das causas.
Durante um discurso televisivo horas após o acontecimento, o mandatário frisou que a "prioridade máxima" do governo neste momento é "determinar as causas do acidente e prevenir incidentes semelhantes", além das tarefas de assistência às vítimas e seus familiares.
Yoon expressou suas condolências às famílias das vítimas, considerando o incidente "horrível" e "uma tragédia e um desastre que nunca deveria ter acontecido", antes de viajar para Itaewon neste domingo.
As celebrações de Halloween deste ano foram as primeiras comemorações em massa desde 2019, devido às restrições em vigor desde 2020 por causa da pandemia de Covid-19.
Nos anos que antecederam a crise sanitária, o bairro de Itaewon — famoso por estar ao lado de uma base militar americana e por abrigar uma mesquita — é uma das áreas mais diversas de Seul.