Costa do Golfo dos EUA se prepara para chegada do furacão Ida
Tempestade pode atingir o litoral com ventos de até 215 km/h no domingo; moradores deixaram Nova Orleans e outras cidades
Internacional|Do R7
Autoridades da Louisiana e outras áreas da Costa do Golfo dos Estados Unidos emitiram neste sábado (28) avisos cada vez mais alarmantes sobre o furacão Ida, com previsões de ventos de até 210 km/h e que se move a uma velocidade inesperada para a região de Nova Orleans.
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"Espera-se que o Ida seja um grande furacão extremamente perigoso quando se aproximar da costa norte do Golfo no domingo", disse o Centro Nacional de Furacões dos Estados Unidos (NHC), acrescentando que os preparativos para a tempestade devem "acelerar".
Ventos com força de tempestade tropical atingirão a região na tarde deste sábado e o Ida deverá tocar a costa da Louisiana como um poderoso furacão de categoria 4 na noite de domingo.
Em Nova Orleans, a prefeita LaToya Cantrell alertou os moradores para levar Ida muito a sério.
"O tempo não está do nosso lado", disse ela em entrevista coletiva neste sábado. "Está crescendo rapidamente, está se intensificando."
O sul da Louisiana se preparava para grandes danos e inundações, com previsão de chuvas de até 50 centímetros em alguns lugares, enquanto a tempestade se intensifica no Golfo após atingir o oeste de Cuba.
As autoridades alertaram para possíveis e longas interrupções de energia.
No final da manhã deste sábado, o Ida tinha ventos máximos de 135 km/h e se movia a 25 km/h, disse o NHC.
Cantrell já havia convocado os moradores da área de proteção contra furacões da cidade a se abrigarem, acrescentando que qualquer pessoa que planeje partir deve "fazê-lo imediatamente".
"Não queremos pessoas na estrada e, portanto, em maior perigo", disse ela na sexta-feira.
Domingo marca o 16º aniversário do Katrina, o furacão devastador que inundou 80% de Nova Orleans, deixando 1.800 mortos e bilhões de dólares em danos.
Desde então, a cidade fortaleceu substancialmente seu sistema de diques de proteção.
Cantrell disse que para evitar o caos que se seguiu ao Katrina, com milhares de pessoas presas pelas enchentes, a cidade alugou 125 ônibus para evacuações pós-tempestade.
No sábado, havia tráfego intenso nas estradas de saída.
O Serviço Nacional de Meteorologia dos EUA está prevendo uma "onda de tempestades potencialmente mortal" quando o furacão atingir a costa da Louisiana e do Mississippi, alertando sobre "danos catastróficos por ventos".
"A hora de agir é AGORA. O furacão Ida está previsto para atingir a terra firme como um furacão de categoria 4", alertou o escritório do Serviço Nacional de Meteorologia de Nova Orleans em um tuíte.
É o segundo nível mais alto na escala de furacões de vento de Saffir-Simpson, com uma força mínima de 209 quilômetros por hora.
Louisiana declarou estado de emergência em antecipação à tempestade.
As autoridades já ordenaram evacuações obrigatórias fora das áreas protegidas de Nova Orleans e cidades costeiras sujeitas a inundações, como Grand Isle.
"As pessoas estão fazendo as malas e saindo agora", disse o chefe da polícia de Grand Isle, Scooter Resweber, à mídia local.
A declaração de estado de emergência, aprovada pelo presidente Joe Biden, canalizará fundos federais suplementares e ajuda ao estado do sul para fortalecer seus esforços de preparação e resposta a emergências.
O furacão atingiu a costa na noite de sexta-feira no oeste de Cuba com a categoria 1, com ventos máximos sustentados perto de 128 km por hora.
A tempestade danificou telhados e derrubou árvores e linhas de energia, causando cortes generalizados de luz, informou o site do jornal oficial Granma.
"Hora de se preparar"
“Agora é a hora de o povo da Louisiana se preparar”, tuitou o governador do estado, John Bel Edwards.
Enquanto isso, o furacão de categoria 1 Nora se aproximava do estado de Jalisco, na costa do Pacífico central do México, disse o NHC, alertando sobre "inundações repentinas e deslizamentos de terra com risco de vida".
Na semana passada, uma rara tempestade tropical atingiu a costa nordeste dos Estados Unidos, deixando milhares de pessoas sem energia, arrancando árvores e causando chuvas recordes.
Os cientistas alertaram para um aumento no número de ciclones fortes à medida que a superfície do oceano esquenta devido às mudanças climáticas, o que representa uma ameaça crescente para as comunidades costeiras do mundo.