Cuba: EUA violaram protocolos com expulsão de enviados à ONU
Washington exigiu a saída do país de dois diplomatas por supostamente terem 'se envolvido em atividades prejudiciais à segurança nacional'
Internacional|Da EFE
Cuba considera que os Estados Unidos agiram em "flagrante violação dos princípios básicos do protocolo diplomático" no processo de expulsão de dois funcionários da missão cubana na sede da ONU, em Nova York.
Isso foi afirmado pela própria delegação cubana em um comunicado emitido horas após o anúncio de Washington, que exigiu a saída do país de dois diplomatas por terem "se envolvido em atividades prejudiciais à segurança nacional dos EUA".
De acordo com a missão de Cuba nas Nações Unidas, os EUA enviaram uma comunicação do último dia 12, informando-o da acusação contra os dois funcionários, que não foram identificados, e dando um prazo de 48 horas para apresentar informações que justificassem o não prosseguimento de sua expulsão.
Quebra do protocolo diplomático
Cuba assegura que respondeu antes do vencimento desse prazo, nas 24 horas seguintes após receber a notificação.
"No entanto, a parte americana, em flagrante violação dos princípios básicos do protocolo diplomático, decidiu responder por meio de um tuíte. Isso, apesar do fato de o canal de consulta entre as duas missões estar aberto desde o início do processo", lamentou a delegação cubana.
Além de exigir a saída dos dois diplomatas, os EUA anunciaram ontem que restringiram os movimentos do resto da missão cubana na ONU que, a partir de agora, só poderão se deslocar por Manhattan, centro comercial e administrativo de Nova York e onde está localizada a sede das Nações Unidas.
"A Missão Permanente de Cuba rejeita categoricamente a expulsão injustificada de seus diplomatas e o ressurgimento da política de restrição de movimento para seus funcionários credenciados em Nova York e suas famílias", afirma o comunicado cubano.
Tensao EUA x Cuba
Além disso, a nota insiste, em mensagem já expressa pelo ministro das Relações Exteriores cubano, Bruno Rodríguez, na primeira reação por parte de Havana, considerando que a decisão dos EUA procura "provocar uma escalada diplomática que leve ao fechamento de embaixadas bilaterais, intensificar ainda mais o bloqueio (em referência ao embargo dos EUA a Cuba) e criar tensões entre os dois países".
Desde que chegou à Casa Branca em janeiro de 2017, o presidente Donald Trump endureceu a política em relação a Cuba com reduções no pessoal diplomático, aumento do embargo comercial, restrições nos cruzeiros e limites de viagens dos americanos à ilha, embora os voos comerciais seguem operando normalmente.