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Cubanos ocupam as ruas de Havana para pedir 'liberdade' 

Autoridades cortaram a conexão de internet para impedir novas aglomerações e compartilhamento das imagens dos protestos

Internacional|Do R7, com EFE

Centenas de cubanos foram às ruas de Havana no domingo
Centenas de cubanos foram às ruas de Havana no domingo

Os cubanos saíram às ruas de Havana no último domingo (11) para pedir "liberdade" em manifestações pacíficas. O movimento foi reprimido pelas forças de segurança e por apoiadores do governo originando confrontos violentos e prisões.

Um grupo de centenas de pessoas conseguiu furar o cerco militar e policial e avançou ao longo da avenida Paseo del Prado em direção ao Malecón aos gritos de "liberdade", "pátria e vida" e "ditadores", em referência aos líderes do país.

Essa é a primeira vez que um grande grupo de cubanos sai às ruas da capital de Cuba para protestar contra o governo desde o famoso "Maleconazo", de 1994, no meio da crise econômica do chamado "Período Especial".

Houve também o regitro de movimentos em apoio ao governo cubano, que gritavam "Eu sou Fidel" ou "Canel, meu amigo, o povo está contigo", em alusão ao presidente Miguel Díaz-Canel.


Lojas estatais foram saqueadas

Várias lojas estatais que vendem comida e produtos básicos em moeda estrangeira foram saqueadas durante as manifestações.

Testemunhas afirmaram à Agência Efe que, no município de Cárdenas, na província de Matanzas, uma loja de pagamento em divisas, comércios cuja abertura causou grande mal-estar entre a população, foi saqueada. Imagens nas redes sociais mostraram casos parecidos na cidade de Güines, em Artemisa.


O governo cubano cortou o serviço de internet e e telefonia móvel em todo o país, presumivelmente, para impedir a divulgação de vídeos dos protestos e reduzir a capacidade de reunião dos participantes. A dificuldade de encontrar uma conexão atrapalha também a divulgação de informações atualizadas sobre a situação na ilha.

Nos protestos, cidadãos pediam a saída do presidente
Nos protestos, cidadãos pediam a saída do presidente

União Europeia vai discutir protestos

Os ministros das Relações Exteriores da União Europeia (UE) vão se reunir nesta segunda-feira (12) para tratar da situação em Cuba. O anúncio foi feito pelo alto representante para a Política Externa da UE, Josep Borrell, em declarações à imprensa em sua chegada à reunião presencial em Bruxelas.


"Sabemos que estão ocorrendo importantes manifestações em Cuba e em outras partes do mundo em decorrência de cortes nos sistemas de comunicação. Certamente faremos comentários sobre o assunto", informou à imprensa o chefe da diplomacia europeia.

Questionado sobre se colocaria o assunto sobre a mesa, respondeu: "Haverá um representante da Espanha, nem sempre os países são representados por um ministro", disse ele, referindo-se ao embaixador espanhol nas instituições europeias, Pablo García-Berdoy.

Os vídeos mostram grupos de pessoas quebrando vidraças de lojas e lançando alimentos em direção à rua, enquanto outros levam caixas inteiras.

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