Curdos acatam cessar-fogo e alegam que é fruto de sua 'resistência'
Militantes aceitam pacto que exige fim de hostilidades com a Turquia e dizem que medida mostra como a comunidade resistiu aos ataques dos últimos dias
Internacional|Da EFE
O comandante das Forças da Síria Democrática (FSD), Mazloum Abdi, cuja organização é a principal aliança armada liderada por curdo-sírios, afirmou nesta quinta-feira (17) acatar o cessar-fogo no norte da Síria anunciado pelos Estados Unidos e a Turquia.
Em entrevista por telefone à rede de televisão curda "Ronahi", Abdi confirmou que as FSD estão "de acordo com o cessar-fogo", que segundo ele foi "resultado da resistência de curdos, árabes, assírios e da pressão da comunidade internacional" para pôr fim à ofensiva que a Turquia iniciou no último dia 9.
Leia aqui a cobertura da guerra na Síria no R7
EUA e Turquia chegaram a um acordo que prevê um cessar-fogo e a retirada das milícias curdas de uma faixa de 32 quilômetros de extensão no lado sírio da fronteira.
Leia também
Em comunicado oficial, as FSD afirmaram que o cessar-fogo entrou em vigor às 22h (horário local; 16h de Brasília) e inclui a região entre a cidade de Ras al Ain, no leste, até Tell Abiad, no oeste.
As duas cidades ficam na fronteira com a Turquia e foram o principal alvo da campanha militar das tropas turcas, apoiadas por rebeldes sírios.
As FSD disseram na nota que estão "comprometidas" com o cessar-fogo e pediram que a Turquia também se comprometa.
"Vamos oferecer tudo o que for necessário para que o acordo de cessar-fogo tenha sucesso", afirmou Abdi, que ressaltou que o acordo é "preliminar, que garante o fim da ocupação turca da região (controlada pelas milícias curdas)".