A autoproclamada Administração Autônoma do Norte e do Leste da Síria, órgão executivo das milícias curdas que controlam as regiões, anunciou neste domingo (13) que o Exército da Síria será autorizado a ocupar áreas na fronteira com a Turquia para impedir a ofensiva militar iniciada pelo governo de Recep Tayyip Erdogan. As autoridades curdas disseram em comunicado que a decisão de permitir a entrada de tropas sírias na região foi tomada após um acordo com o regime de Bashar al Assad, que não reconhece o governo autônomo que administra a área, quase toda controlada pelas Forças da Síria Democrática (SDF).Leia também: Quem são os curdos e por que são atacados pela Turquia Segundo a nota, o Exército da Síria vai ajudar as SDF a "impedir a agressão" da Turquia e a "libertar" as áreas que já foram conquistadas durante a ofensiva promovida por Erdogan, como as cidades de Manjib e Ras al Ain. Além disso, as autoridades curdas afirmaram que o acordo abre caminho para "libertar os demais territórios e cidades ocupadas pelos turcos", citando especificamente Afrin, no noroeste da Síria, tomada em 2018. A Turquia já promoveu outras ofensivas no norte da Síria contra as milícias curdas, consideradas pelo governo de Erdogan como terroristas, e agora quer expulsá-las de uma área na fronteira entre o país e a Síria. O objetivo é levar ao local os 3,5 milhões de refugiados sírios que fugiram para o território turco devido ao conflito na região. Mais cedo, a imprensa estatal síria havia anunciado o envio de tropas para o norte do país devido à "agressão turca", sem dar mais detalhes. Uma fonte militar disse à Agência Efe que as tropas de Assad já começaram a se movimentar para Majib e Ain Issa. O avanço ocorreria graças a dois acordos, um entre a Rússia e o governo da Síria, e outro entre o Kremlin, a Casa Branca e as SDF.