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Dados do Facebook foram pegos a mando de ex-chefão da Casa Branca

Steve Bannon, ex-estrategista da palácio presidencial dos EUA, foi quem chefiou a coleta dos dados de 50 milhões de usuários do Facebook em 2014

Internacional|Fábio Fleury, do R7, com agências internacionais

Bannon foi vice-presidente da Cambridge Analytics
Bannon foi vice-presidente da Cambridge Analytics

Ex-estrategista-chefe da Casa Branca, Steve Bannon comandou a coleta dos dados de 50 milhões de usuários pela empresa britânica Cambridge Analytica, que depois foram usados na campanha de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos, em 2016. As informações são do Washington Post.

Bannon foi vice-presidente da filial norte-americana da Cambridge Analytica entre junho de 2014 e agosto de 2016. Foi quando ele deixou a empresa para coordenar a campanha eleitoral de Trump. Após a eleição, ele ficou na Casa Branca até agosto de 2017, quando foi demitido por divergências com o presidente.

Coordenação

Segundo Chris Wylie, ex-funcionário da Cambridge Analytica que denunciou a coleta e vazamento de dados de 50 milhões de usuários do Facebook pela empresa, Bannon foi quem coordenou os primeiros trabalhos da empresa nos Estados Unidos.


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Em 2014, quando a empresa foi estabelecida, Bannon comandou uma iniciativa para identificar e testar mensagens contra o sistema que mais tarde formaram a base dos discursos de Trump na campanha pela presidência dos EUA.

Bannon chegou à CA levado pelo bilionário Robert Mercer, principal investidor da empresa. Foi Mercer quem doou milhões de dólares à campanha de Trump em 2016, insistindo para que ele levasse Bannon e a Cambridge Analytica para coordenar os esforços.


"Tínhamos que pedir a aprovação de Bannon para tudo em 2014. Ele era o chefe de Alexander Nix nesse momento. Nix não tinha autoridade para gastar muito dinheiro sem aprovação", contou Wylie à imprensa, segundo o jornal Washington Post.

Antes de Trump


Foi em 2014 que a CA gastou 1 milhão de dólares para comprar dados, incluindo os perfis de Facebook coletados sem autorização por um aplicativo chamado 'thisisyourdigitallife' criado pelo acadêmico Aleksandr Kogan, da Universidade de Cambridge. Tudo supervisionado e aprovado por Bannon, segundo Wylie.

O Facebook disse que a informação foi obtida irregularmente e que pediu que tudo fosse apagado em 2015. A CA afirmou oficialmente que havia apagado, mas na realidade isso jamais aconteceu.

De acordo com Wylie, Mercer e a filha, Rebekah, participaram de diversas videoconferências em que os executivos da CA discutiram como coletar dados de usuários no Facebook e que Bannon aprovou a estratégia, que se tornaria o centro da campanha de Trump.

Nesse momento, Trump ainda não era considerado uma alternativa pelos executivos. Mas já em 2015 os dados mostravam a possibilidade de explorar um alto nível de alienação entre jovens brancos conservadores nos EUA.

Em pesquisas qualitativas, esses eleitores se mostraram favoráveis a políticas como a criação de um muro para impedir a entrada de imigrantes ilegais, reformas para diminuir o Estado e formas veladas de racismo, explicou Wylie.

A única visão externa testada foi do presidente da Rússia, Vladimir Putin. "Descobrimos que há muitos americanos que realmente gostam dessa ideia de um líder muito forte e autoritário, e as pessoas defendiam muito a invasão da Crimeia", contou.

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