Daesh sequestra 130 famílias em campo de refugiados sírio
O campo se situa a leste de Deir al-Zour, em zona rural desta cidade que estava sob domínio do grupo até novembro de 2017
Internacional|Eugenio Goussinsky, do R7, com Ansa
O grupo jihadista Daesh sequestrou pelo menos 130 famílias de um campo de refugiados al-Bahra, na Síria, informou o OSDH (Observatório Sírio para os Direitos Humanos).
O campo se situa a leste de Deir al-Zour, em zona rural desta cidade que estava sob domínio do grupo até novembro de 2017, quando foi retomada por forças governamentais sírias.
Até o momento, informou o OSDH, é desconhecido para onde foram levados os reféns.
O observatório informou que "a maioria" dos sequestrados é de mulheres estrangeiras e sírias.
Além delas, ainda há filhos de jihadistas e pelo menos 23 combatentes das (SDF) Forças Democráticas da Síria, uma organização rebelde liderada por curdos, como reféns.
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Há informações de que o grupo, em negociações, poderia liberar pelo menos 90 mulheres sequestradas, em troca de antigos membros do Daesh e de restos mortais de combatentes e familiares do grupo.
O Daesh também estaria exigindo o envio de alimentos para seus membros. Mas a oferta não foi aprovada, segundo o OSDH.
Desde que perdeu o controle de Deir al-Zour, o Daesh tem praticado sequestros, por meio de remanescentes do grupo na região, que buscam uma espécie de guerra de terror para tentar recuperar o terreno perdido.
No último dia 25 de julho, o Daesh já havia sequestrado cerca de 27 pessoas, incluindo 16 crianças, que continuam sob custódia.
Deir al-Zour havia sido tomada pelo grupo em 2014 e era importante por fazer fronteira com o Iraque. Era por ali que os extremistas enviavam de um país para outro combatentes e armas.
O recente sequestro ocorreu na última sexta-feira (12), quando os terroristas invadiram uma zona de deslocados na região, onde as milícias curdo-sírias lutam contra os extremistas. De lá, os reféns foram transferidos para uma área a leste do rio Eufrates.
Deir al-Zour era uma região estratégica para o Daesh. Por ficar na fronteira com o Iraque, os combatentes enviavam armamentos com maior facilidade, já que dominavam boa parte do país vizinho, onde também estão perdendo territórios.
Meses antes, o Daesh havia perdido o domínio da cidade síria de Raqqa. Mas, mesmo com as perdas, as ações do grupo prosseguem.
E vêm para mostrar que foi precipitada a declaração do governo sírio, na ocasião da retomada de Deir al-Zour, de que “a cidade está completamente liberada dos terroristas.”
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