Deixado de lado por Xi Jinping, morre ex-premiê da China
Li Keqiang sofreu um ataque cardíaco aos 68 anos, poucos meses após se aposentar das responsabilidades políticas
Internacional|Do R7
O ex-primeiro-ministro da China Li Keqiang morreu vítima de um ataque cardíaco nesta sexta-feira (27), apenas sete meses após se aposentar de uma década no cargo, durante a qual sua estrela reformista havia diminuído. Ele tinha 68 anos.
Antes visto como um dos principais candidatos à liderança do Partido Comunista, Li foi deixado de lado nos últimos anos pelo presidente da China, Xi Jinping, que aumentou seu controle e conduziu a segunda maior economia do mundo a uma direção mais estatista.
O economista de elite apoiava um mercado mais aberto e defendia reformas do lado da oferta em uma abordagem apelidada de "Likonomics", que nunca foi totalmente implementada.
Por fim, ele teve que se curvar à preferência de Xi por mais controle estatal, e sua antiga base de poder perdeu influência à medida que Xi instalava os próprios aliados em cargos poderosos.
"O camarada Li Keqiang, enquanto descansava em Xangai nos últimos dias, sofreu um súbito ataque cardíaco em 26 de outubro e, depois que todos os esforços para reanimá-lo falharam, morreu em Xangai à 0h10 do dia 27 de outubro", informou a emissora estatal CCTV.
As mídias sociais chinesas sofreram uma onda de tristeza e choque, com alguns sites do governo ficando em preto e branco, em sinal oficial de luto. A plataforma de microblog Weibo transformou seu botão "curtir" em um ícone de "luto", no formato de um crisântemo.
• Clique aqui e receba as notícias do R7 no seu WhatsApp
• Compartilhe esta notícia no WhatsApp
• Compartilhe esta notícia no Telegram
Li foi o primeiro-ministro e chefe do gabinete da China sob o comando de Xi por uma década, até deixar todos os cargos políticos, em março.
Ao depositar uma coroa de flores em agosto de 2022 em uma estátua de Deng Xiaoping — o líder que trouxe uma reforma transformadora para a economia da China —, Li prometeu: "A reforma e a abertura não vão parar. O Yangtze e o rio Amarelo não reverterão seu curso".
Os vídeos do discurso, que se tornaram virais, mas foram posteriormente censurados nas mídias sociais chinesas, foram amplamente vistos como uma crítica codificada às políticas de Xi.
"Li tem sido visto como o representante dos reformistas", disse Yun Sun, diretor do Stimson Center, em Washington. "Mas, durante seus dez anos como premiê, a China viu a regressão de muitas políticas."
Israel sob ataque: foguetes do Hamas destroem prédio em Tel Aviv e causam pânico nas ruas