Democratas questionam indicado de Trump à Suprema Corte
Kavanaugh foi questionado devido a emails recém-divulgados que sublinham suas opiniões a respeito do aborto e questões raciais
Internacional|Do R7
Democratas questionaram Brett Kavanaugh, indicado do presidente norte-americano Donald Trump à Suprema Corte, devido a emails recém-divulgados que sublinham suas opiniões a respeito do aborto e questões raciais nesta quinta-feira, durante sua audiência de confirmação no Senado, depois de uma disputa partidária tensa a respeito da liberação pública dos documentos.
Interrogado pelos senadores, Kavanaugh, juiz conservador de um tribunal federal de apelações escolhido por Trump para uma vaga vitalícia na alta corte, também enfatizou a autoridade do judiciário para conter o poder da Presidência.
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Os emails que vieram à tona nesta quinta-feira são da época em que Kavanaugh serviu na Casa Branca do presidente republicano George W. Bush mais de uma década atrás. Os democratas objetaram a uma decisão anterior da liderança republicana do Comitê Judiciário do Senado de não tornar os emails públicos. O terceiro dia da audiência de confirmação voltou a ser interrompido diversas vezes por manifestantes hostis a Kavanaugh.
Em um email de 2003, Kavanaugh sugeriu retirar uma linha do esboço de um artigo de opinião que afirmava que "é amplamente aceito por eruditos do Direito em geral que Roe x Wade e sua prole são a lei estabelecida da terra", dizendo que a Suprema Corte poderia reverter o veredicto.
Indagado sobre esse documento, Kavanaugh respondeu que sugeriu a mudança por crer que a linguagem do esboço superestimava o pensamento dos eruditos legais à época. Ele voltou a se recusar a dizer se o veredicto histórico de 1973 do caso Roe x Wade, que legalizou o aborto em toda a nação, foi decidido corretamente, mas indicou – como havia feito na quarta-feira – que é uma decisão digna de respeito por ser "um precedente importante da Suprema Corte" que foi "reafirmado muitas vezes".
O senador democrata Cory Booker se concentrou em um email que disse descrever as opiniões de Kavanaugh como assessor da Casa Branca de Bush sobre o uso da "classificação racial" após os ataques de 11 de setembro de 2001 cometidos pelo grupo militante islâmico Al Qaeda nos EUA.
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No email de 2002, Kavanaugh disse que, embora favorecesse diretrizes sem viés racial no policiamento, havia uma "questão pendente sobre o que fazer até que um sistema racialmente neutro realmente eficaz e abrangente seja desenvolvido e implementado".
O senador democrata Dick Durbin disse que a indicação de Kavanaugh está sendo analisada pela Casa em um momento no qual o homem que o selecionou representa uma ameaça ao Estado de Direito do país e enfrenta uma investigação, ao que Kavanaugh respondeu que seu 12 anos como juiz demonstram que ele não teme "invalidar o poder executivo quando ele viola a lei". Se confirmado pelo Senado, Kavanaugh é visto como um juiz que provavelmente inclinará a mais alta instância jurídica do país ainda mais para a direita.
Os senadores democratas prometeram lutar duramente para bloquear Kavanaugh, mas os colegas republicanos de Trump detêm uma pequena maioria no Senado e até agora não há sinais de deserção, o que indica que ele deve ser confirmado.
Veja o vídeo: Donald Trump nomeia novo juiz para a Suprema Corte dos EUA