Dennis Rodman comemora clima amistoso entre Trump e Kim

Em entrevista após o aperto de mão histórico, o ex-jogador da NBA disse que acredita na paz entre os EUA e a Coreia do Norte após a cúpula

Internacional|Fábio Fleury, do R7

12/06/2018 - 00h04 (Atualizado em 20/04/2024 - 14h25)

Apontado como um dos responsáveis pela aproximação entre o presidente dos EUA, Donald Trump, e o líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un, o ex-jogador de basquete Dennis Rodman comemorou o encontro entre os dois líderes, após o histórico aperto de mão em Cingapura, nesta terça (12).

Em entrevista à CNN, o ex-jogador cinco vezes campeão da NBA se mostrou satisfeito com o aperto de mão, disse que tentou promover um encontro semelhante entre Kim e o ex-presidente norte-americano Barack Obama e afirmou que espera a paz entre os países a partir de agora.

Prova de confiança

Rodman afirmou que, quando conheceu o atual líder da Coreia do Norte, "não sabia nada dele", mas que ele logo se mostrou um grande fã de basquete. Segundo o ex-jogador, ele ofereceu a Kim a chance de levar um time norte-americano de basquete para jogar em Pyongyang e que isso o fez ganhar a confiança.

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"Ele ficou emocionado quando chegamos. Disse que foi a primeira vez que um estrangeiro do Ocidente fez uma promessa para a Coreia do Norte e realmente cumpriu", contou.

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Tentativas com Obama

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A partir dessa amizade com Kim, Rodman teria entrado em contato diversas vezes com a administração do ex-presidente Barack Obama, sem jamais ser recebido ou levado a sério.

"Tentei falar com Obama diversas vezes e ele não ouviu. Falei que a porta da Coreia do Norte iria se abrir, sempre acreditei neles. Não estou aqui por dinheiro ou política, só quero que os norte-coreanos e todos os outros possam viver bem. Ninguém me levou a sério, virei motivo de piada, mas agora eles estão aqui", completou o ex-jogador, emocionado.

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Detalhes sobre Kim

A respeito do líder norte-coreano, de quem se considera amigo pessoal, Rodman disse que ele é "como uma criança grande" e que seu sonho seria conhecer países estrangeiros, incluindo os Estados Unidos.

Quando os jornalistas da CNN lhe perguntaram se Kim Jong-un entende bem inglês e se poderia ter dispensado um intérprete durante o encontro com Trump, ele se esquivou e disse apenas que o norte-coreano "sabe falar bem sobre basquete".

"Ele só quer trazer a Coreia do Sul para o século 21 e melhorar as coisas para seu povo", disse Rodman, que foi convidado pelos dois líderes para ir a Cingapura acompanhar a cúpula.

O momento histórico do aperto de mão entre o líder norte-coreano Kim Jong-un e o presidente dos EUA, Donald Trump, aconteceu às 9h04 de terça-feira (12), no horário local de Cingapura (22h04 do dia 11, no horário de Brasília)

Trump disse que é uma "honra" encontrar Kim e que espera voltar aos EUA com um acordo de paz assinado

Os dois líderes deram um aperto de mãos, ainda um pouco tensos, mas aos poucos foram se sentindo mais à vontade. E se cumprimentaram oficialmente, quando Trump disse a Kim: "É uma honra para mim. Vamos ter uma relação incrível, não tenho dúvida"

A resposta do norte-coreano foi um sinal de que sua intenção é mesmo de conciliação: "Os antigos preconceitos funcionaram como obstáculos no nosso caminho, mas ultrapassamos todos eles e estamos aqui hoje"

Após o primeiro encontro só com os tradutores, os dois líderes se sentaram à mesa, desta vez junto a seus principais assessores, para mais uma etapa da reunião

Os preparativos para o encontro foram rápidos, mas não deixaram de ser eficientes. O presidente Trump chegou a Cingapura com um dia de antecedência e se dirigiu, com sua comitiva, para o hotel Capella, onde ocorreu o aperto de mãos

As ruas de Sentosa, em Cingapura, ficaram bloqueadas, com apenas a permissão de presença de pessoas autorizadas, como fotógrafos e outras pessoas ligadas à cúpula

Quase no mesmo momento que Trump se dirigia para o local do encontro, a comitiva de Kim Jong-un fazia o mesmo. O instante esperado estava próximo de acontecer

Até mesmo o local do encontro estava preparado. Tudo foi feito de maneira detalhada, para que o imprevisível só ficasse por conta da personalidade surpreendente dos dois protagonistas

Até o início de 2018, prevalecia o discurso belicoso e a troca de ameaça. A partir da reunião de Sentosa, ocorrida meses depois do fim das hostilidades, a tendência é que uma conciliação na península coreana ocorra após quase 70 anos

A cúpula terminou com a assinatura de um acordo de total desnuclearização da península coreana e cooperação entre os dois países

"O presidente Trump se comprometeu a fornecer garantias de segurança à RPDC e o presidente Kim Jong Un reafirmou seu firme e inabalável compromisso com a completa desnuclearização da península coreana", disse o comunicado conjunto assinado ao final da cúpula em Cingapura, fazendo referência ao nome formal da Coreia do Norte, a República Popular Democrática da Coreia

O comunicado deu poucos detalhes sobre como ambos os objetivos serão alcançados, mas Trump comentou alguns detalhes em coletiva de imprensa após a cúpula. O presidente dos EUA disse esperar que o processo de desnuclearização comece "muito, muito rapidamente"

O presidente Moon Jae-in, da Coreia do Sul, se emocionou ao assistir o encontro.Ele acompanhou a cúpula ocorrida em Cingapura desde seu gabinete em Seul e ofereceu seus "sinceros parabéns" ao testemunhar o sucesso da reunião

Trump deixou a cúpula a bordo do Air Force One, avião presidencial dos Estados Unidos, e prometeu ainda que ps exercícios militares conjuntos com a Coreia do Sul serão interrompidos — o que, segundo ele, fará com que Washington economize uma enorme quantidade de dinheiro

O momento histórico do aperto de mão entre o líder norte-coreano Kim Jong-un e o presidente dos EUA, Donald Trump, aconteceu às 9h04 de terça-feira (12), no horário local de Cingapura (22h04 do dia 11, no horário de Brasília)