Depois de afetar 24 estados dos EUA, veados 'zumbis' ameaçam Nevada
Doença afeta sistema nervoso central dos animais, os deixando agressivos e sem coordenação motora, mas não há casos de infecção em humanos
Internacional|Giovanna Orlando, do R7
Depois de serem vistos em 24 estados dos Estados Unidos e duas províncias canadenses, os veados e alces ‘zumbis’ se tornaram uma ameaça e uma preocupação para as autoridades e veterinários de Nevada.
Apesar do que o apelido sugere, os animais não voltam da morte ferozes e famintos. Chamada de Doença Debilitante Crônica, a infecção atinge o cérebro e medula espinhal dos animais vivos. Ela causa perda de coordenação motora, perda drástica de peso e agressividade.
Ela pode demorar até um ano para se desenvolver e é contraída por meio de secreções, como urina, fezes, sangue e saliva, além de infectar o solo e a água, onde o vírus pode sobreviver por anos. Não existe tratamentos ou vacinas para controlar o desenvolvimento da doença.
A doença se espalhou no começo do ano, e até fevereiro havia sido registrada em 24 estados americanos, principalmente no centro-oeste, e em dois condados canadenses. Nevada não havia sido afetada até então, apesar do estado vizinho de Utah estar quase no centro da infestação.
Como precaução, as autoridades aprovaram uma lei no começo do ano que proibia que algumas partes das carcaças de veados e alces chegassem no estado, como o cérebro e a medula espinhal, como uma maneira de impedir o avanço da doença.
Apesar dos esforços, os veterinários alertam que as medidas não vão impedir para sempre que a doença chegue no estado.
“Não é uma questão de ‘se’, mas sim de quando”, diz Peregrine Wolff, uma veterinária no Departamento de Vida Selvagem de Nevada. “Nós sabemos que não podemos colocar o estado em uma bolha”.
Não há casos registrados em humanos
Apesar do medo, nunca foram registrados casos de infecção pela Doença Debilitante Crônica em humanos, mas é possível, sim, de ser transmitida.
Alguns estudos sugerem que a doença pode acabar contagiando macacos, caso eles comam a carne de algum animal morto que foi infectado pela doença, e pode oferecer riscos aos humanos que entrarem em contato com a carne ou secreção dos animais.