Desertora norte-coreana e filho são achados mortos na Coreia do Sul
Os corpos da mulher, de 42 anos, e de seu filho, de 6, foram encontrados sem vida e sem aparentes indícios de suicídio ou de violência
Internacional|Da EFE
Uma desertora norte-coreana e seu filho foram achados mortos na residência onde viviam em condições de extrema pobreza em Seul, segundo informou nesta terça-feira (13) a polícia local.
Os corpos da mulher, de 42 anos, e de seu filho, de 6, foram achados sem vida e sem aparentes indícios de suicídio ou de violência, segundo a polícia, que foi alertada por um funcionário do edifício por causa do mal cheiro que vinha do apartamento.
As autoridades sul-coreanas acreditam que ambos podem ter morrido há cerca de dois meses de inanição devido aos testemunhos dos vizinhos e da indigência na qual viviam.
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A polícia não encontrou nenhuma comida armazenada no apartamento, enquanto o fornecimento de água foi sido cortado devido à falta de pagamento, segundo detalhes do caso revelados pela imprensa local.
A mulher, identificada como Hao, deixou a Coreia do Norte em 2009, quando se casou com um cidadão chinês de origem coreana e se mudou para a China. Posteriormente, se divorciou e se mudou para Coreia do Sul com seu filho.
O Ministério de Unificação, que assiste os desertores norte-coreanos que se instalam no Sul, estava a par da precária situação de Hao e tinha tentado entrar em contato com a mulher quando se mudou ao seu último domicílio ao sudoeste de Seul em outubro, sem obter resposta.
Não está claro se a mulher tinha trabalho ou se a família unicamente recebia um subsídio infantil e outro para a criação do menor por valor total de 100 mil wons (cerca de 146 euros) por mês cada um. Em março, deixou de receber um deles porque seu filho excedia o limite de idade para ser beneficiado.
Um assistente social de um centro da comunidade onde viviam indicou à citada agência que a mulher tinha direito a outros subsídios estatais para famílias monoparentais e pessoas em situação de pobreza, mas não os solicitou.
Um porta-voz do ministério disse que o governo deve fazer mais esforços para auxiliar na integração dos desertores norte-coreanos, sobretudo aqueles que atravessam maiores dificuldades e estão em risco de pobreza, em declarações coletadas pela agência local "Yonhap".
Mais de 30 mil norte-coreanos conseguiram desertar ao país vizinho após o fim da guerra entre ambos países entre 1950 e 1953.
Os refugiados norte-coreanos que conseguem chegar ao Sul após fugir do país têm que passar por um programa de adaptação de vários meses e recebem ajudas do Governo de maneira temporária.
No entanto, várias ONG e inclusive relatórios do Governo de Seul evidenciaram as dificuldades de adaptação deste coletivo devido a fatores como as barreiras econômicas e culturais e a discriminação.