Dimensão de estragos do ciclone na África assusta equipes de resgate
A Cruz Vermelha alerta ainda que devido às fortes chuvas, doenças e infecções podem se alastrar por Moçambique. Uma grande preocupação é a malária
Internacional|Beatriz Sanz, do R7
O Ciclone Idai, que atingiu a costa leste da África na última quinta-feira (14), continua demonstrando ao mundo o tamanho do desastre que causou.
Até o momento, mais de 300 mortes foram confirmadas pelas autoridades nos três países afetados, mas a expectativa é de pelo menos mil mortos apenas em Moçambique.
O Zimbábue confirmou 139 mortes provocadas pela passagem do cicloneaté agora, mas ainda espera que o número aumente. No Malaui, os danos foram menores.
Equipes precisam escolher quem resgatar
Os resgates continuam acontecendo, mas aos poucos. Segundo a imprensa internacional, os pilotos das aeronaves de salvamento precisam escolher quais sobreviventes vão salvar, pois é impossível retirar todos de uma vez.
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O gerente da Cruz Vermelha Moçambique (CVM), Julio Mondlane, que está participando dos resgates na cidade de Beira — a mais atingida pelo ciclone —, confirmou ao R7 a gravidade da situação.
Segundo ele, nos dois últimos dias 163 pessoas foram resgatadas com vida pela instituição. O número preliminar divulgado pelo governo de Moçambique é de 600 pessoas salvas.
“Temos 122 voluntários estão mobilizados na cidade da Beira para esta operação nos 45 centros [de resgate] criados na cidade”, explica Mondlane.
Jamie LeSueur, que lidera os esforços de resposta na Beira para a Cruz Vermelha Internacional, acrescenta que essa é “a pior crise humanitária da história recente de Moçambique”.
Em uma nota divulgada para a imprensa, a instituição destaca que são necessários 10 milhões de francos suíços (cerca de R$ 38 milhões) para a reconstrução da cidade de Beira e seus arredores. São mais de 75 mil famílias necessitando de apoio internacional urgente.
A Cruz Vermelha alerta ainda que devido as fortes chuvas, doenças e infecções podem se alastrar pelo país. Uma das maiores preocupações é a malária, já que os mosquitos que transmitem a doença se reproduzem nas águas paradas.