‘Diplomacia exige espaço e tempo’, diz professor sobre recuo de plano de paz entre Rússia e Ucrânia
Donald Trump retira data limite para trégua de conflito no leste europeu; prazo final era esta quarta-feira (26)
Internacional|Do R7
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O prazo dado pelo presidente dos Estados Unidos para que Rússia e Ucrânia cheguem a um acordo de paz terminaria nesta quarta-feira (26). Mas Donald Trump retirou a data limite, em meio a negociações entre os países. O presidente também afirmou que as conversas avançaram e que Moscou aceitou algumas concessões. No entanto, um diplomata russo negou que o país fará grandes concessões em um plano de paz.
A expectativa é de que o enviado especial dos Estados Unidos, Steve Witkoff, vá a Moscou na próxima semana para discutir a proposta com líderes russos. Já o presidente ucraniano afirmou que está pronto para avançar com o texto proposto pelos EUA e para discutir os pontos de divergência com o presidente norte-americano e aliados europeus.
Em entrevista ao Conexão Record News desta quinta-feira (27), Kleber Galerani, professor de direito e relações internacionais, afirma: “Esse recuo evidencia que a administração americana, e por extensão também aqueles que estão atuando na mediação internacional, reconhecem que a guerra que está sendo desenvolvida e as divisões, as polarizações que ocorrem em torno dela, não se resolvem com um cronograma rígido. A diplomacia exige espaço e exige tempo”.
Segundo o professor, esse recuo “indica que há sinais claros de resistência, não só de Kiev, mas também de alguns aliados europeus”. Para ele, a Ucrânia ganha uma expectativa útil para reestruturar forças, mas também se mantém sob uma tensão constante, sem um horizonte claro de paz. E, para a Rússia e para outros atores internacionais, a falta de prazo pode significar uma oportunidade para novas manobras diplomáticas, militares ou de influência, explica.
“O recuo coloca na mesa de negociação de volta a incerteza. Tempo, diplomacia e paciência serão, a meu ver, as novas moedas fortes. [...] A guerra não ganhou prazo, nem a paz garantida, somente mais incerteza”, diz Galerani.
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