Diretor que recebeu denúncia sobre Trump: 'É algo sem precedentes'

O diretor interino da Inteligência Nacional dos Estados Unidos, Joseph Maguire, afirmou nesta quinta-feira (26), diante do Congresso, que a denúncia de um informante desse órgão sobre as pressões do presidente Donald Trump ao mandatário ucraniano, Vladimir Zelenski, é considerado um caso "único e sem precedentes".

"Acho que a situação que temos e a razão de estarmos aqui esta manhã é porque esse caso é único e sem precedentes", disse Maguire, um dos principais protagonistas do escândalo e responsável pela supervisão das 17 agências de inteligência dos EUA, incluindo a CIA.

Maguire foi uma das primeiras pessoas a receber uma queixa de um membro da inteligência, no mês passado, onde acreditava que Trump poderia ter abusado de seu poder ao pedir a Zelenski que investigasse na Ucrânia o ex-vice-presidente Joe Biden, pré-candidato democrata para as eleições de 2020, e um dos seus filhos por suposta corrupção.

Identidade do informante está protegida

Apesar da insistência dos legisladores, Maguire não revelou a identidade do informante, a quem ele defendeu várias vezes.

"Acredito que o denunciante tenha feito a coisa certa", disse, insistindo que esse indivíduo agiu "de boa fé".

Trump atacou repetidamente o informante, a quem ele acusou de agir por razões políticas, na tentativa de reduzir a credibilidade da denúncia.

Toda essa questão levou os democratas a anunciar que iniciarão uma investigação para determinar se submeterão o presidente a um julgamento político no Congresso.

Maguire criticado por não divulgar denúncia

Durante a sessão de hoje no Congresso, os legisladores, democratas e republicanos, criticaram Maguire por não ter enviado a queixa do informante logo quando teve conhecimento.

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Diante destas críticas, o diretor de Inteligência explicou que primeiro precisava consultar a Casa Branca, já que o conteúdo da ligação entre Trump e Zelenski era confidencial.

Ontem, a Casa Branca tornou pública a transcrição da ligação telefônica entre Trump e Zelenski, que aconteceu no dia 25 de julho, onde o presidente americano pede ao ucraniano que investigue Biden.

Casa Branca teria escondido ligação

Como a Casa Branca revelou essa informação, Maguire hoje pôde entregar ao Comitê de Inteligência da Câmara dos Representantes a queixa do informante, na qual Trump é acusado de ter usado seu poder como presidente dos EUA para que outro país interferisse nas eleições de 2020.

A denúncia revela que a Casa Branca tentou impedir que o texto dessa ligação se tornasse público, para o qual funcionários do governo guardaram as transcrições da conversa entre Trump e Zelenski em alguns computadores que estão reservados para informações confidenciais.