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Discussões sobre Ucrânia dominam Cúpula das Finanças do G20

Reunião que envolve as grandes potências econômicas do mundo, como EUA e China, deve ser marcado por boicotes à Rússia

Internacional|Do R7

Ministro da Finança da Rússia, Anton Siluanov, em evento do G20 em 2021
Ministro da Finança da Rússia, Anton Siluanov, em evento do G20 em 2021

Os ministros das Finanças e governadores de bancos centrais dos países mais ricos do mundo se reúnem nesta quarta-feira (20) para abordar desafios globais, como o aumento da dívida e uma possível crise alimentar, mas as tensões provocadas pela invasão russa da Ucrânia podem paralisar a cúpula.

O ataque de Moscou ao país vizinho dominará as discussões na primeira reunião desde que o presidente russo Vladimir Putin iniciou a ofensiva. As nações ocidentais responderam com sanções destinadas a prejudicar a economia da Rússia e transformar o país em um Estado pária.

A secretária do Tesouro dos Estados Unidos, Janet Yellen, vai boicotar algumas sessões caso haja funcionários russos presentes, segundo um alto funcionário dos Estados Unidos. Estima-se que os colaboradores do Ministério das Finanças de Moscou participem da cúpula virtualmente.

Yellen vai enfatizar que "os benefícios e privilégios das principais instituições econômicas do mundo [...] estão reservados aos países que mostram respeito pelos princípios fundamentais que sustentam a paz e a segurança em todo o mundo", afirmou o funcionário, esclarecendo que o grupo não pode permitir que a Rússia interrompa o trabalho do G20.


A França indicou que participaria do boicote. Já Berlim, de acordo com uma fonte do governo alemão, não tem a intenção de participar, embora "transmitirá sem dúvidas mensagens fortes" durante e depois das reuniões.

Diante da ameaça de boicote, os especialistas veem poucas possibilidades de que o bloco alcance um consenso nesta reunião sobre desafios globais, como a mudança climática e o alívio da dívida dos países pobres.


A diretora-geral do FMI, Kristalina Georgieva, pediu hoje aos países do G20 para continuar sua cooperação, apesar das tensões. "Nenhum país pode resolver seus problemas sozinho. É evidente que a cooperação deve e vai continuar", afirmou em coletiva de imprensa.

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"Acredito que as expectativas devem ser extremamente baixas", declarou Matthew Goodman, do Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais (CSIS) com sede em Washington, que descarta que os países entrarão em um acordo sobre a crise da Ucrânia.


O G20 é composto por Estados Unidos, União Europeia, China, Reino Unido, França, Itália, Rússia, Japão, Coreia do Sul, Alemanha, Canadá, Brasil, México, Argentina, Índia, Austrália, Arábia Saudita, Indonésia, África do Sul e Turquia.

É presidido atualmente pela Indonésia, que até agora quis se manter "imparcial". Outros países, como México e Brasil, também adotam uma postura neutra.

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