Dono do Telegram, Pavel Durov é indiciado e solto ‘sob supervisão policial’
Russo foi libertado após audiência de custódia e está proibido de deixar o território francês
Internacional|Do R7
Um juiz de instrução da França decidiu, nesta quarta-feira (28), indiciar e libertar o dono do Telegram, Pavel Durov, da cadeia. O bilionário tinha uma ordem de prisão expedida pela Justiça francesa e foi preso na noite do último sábado no aeroporto de Le Bourget ao desembarcar de um voo privado procedente de Baku, no Azerbaijão.
Durov foi indiciado de “todos os crimes” de que é suspeito, solto sob supervisão policial, e está “proibido de deixar o território francês”. O criador do Telegram também precisará depositar uma caução de 5 milhões de euros, segundo o canal de notícias francês BMF.
Autoridades do país europeu afirmam que o Telegram se recusa a cooperar com investigações de diversos crimes perpetrados por meio do aplicativo de mensagens, razão pela qual Durov acabou considerado cúmplice de 12 delitos, que incluem terrorismo, tráfico de drogas e pornografia infantil. A empresa rechaça as acusações.
As investigações, conduzidas pelo Centro de Combate ao Crime Digital e pelo Gabinete Nacional Antifraude, abordam a “recusa de comunicação das informações necessárias às intercepções autorizadas por lei”.
A prisão do magnata é vista por alguns como uma manobra política. Elon Musk classificou o episódio de um “ataque à liberdade de expressão” e pediu a libertação de Durov.
Na Rússia, o porta-voz do presidente Vladimir Putin, Dmitri Peskov, falou em “tentativa de intimidação”.
O presidente francês, Emmanuel Macron, assegurou que a detenção “não foi de forma alguma uma decisão política”, mas sim “uma questão de investigação judicial”. Segundo ele, a França está “comprometida com a liberdade de expressão e comunicação”.
O jornal Le Monde traz a informação de que Durov se encontrou com Macron em diversas ocasiões até obter a cidadania francesa, em 2021.
Pavel Durov, de 39 anos, é nascido na Rússia, mas também é cidadão Francês, dos Emirados Árabes Unidos, onde vive, e de São Cristóvão e Nevis. A fortuna dele é estimada em US$ 15,5 bilhões (R$ 85,6 bilhões na cotação atual).