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Duas cabeças, um corpo: gêmeas que nasceram grudadas contam como lidam com diferenças

Apesar de gostarem das mesmas roupas e terem a mesma profissão, uma tem namorado e a outra nunca quis se relacionar

Internacional|Larissa Crippa*, do R7

Em caso de uma cirurgia de separação, uma delas morreria e a outra passaria a vida em UTI
Em caso de uma cirurgia de separação, uma delas morreria e a outra passaria a vida em UTI Em caso de uma cirurgia de separação, uma delas morreria e a outra passaria a vida em UTI

As gêmeas Lupita e Carmen são siamesas e dividem praticamente todo o corpo. Apesar de ambas terem dois braços individuais e parte do torço, cada uma só tem uma perna e o mesmo aparelho reprodutor, além de outros órgãos.

As jovens, nascidas no México e residentes nos Estados Unidos desde os 4 anos, têm atualmente 22 anos e revelaram ao portal americano Today que vivem felizes. No entanto, a vida nem sempre foi fácil para elas. 

"As pessoas perguntam se cansamos uma da outra, mas não é como se tivéssemos algum senso de liberdade individual, já que nascemos assim. Quando queremos um tempo mais pessoal, Lupita bota um fone e eu vou fazer outra coisa. Mas somos acostumadas", contou Carmen.

"Somos felizes em viver assim, até porque a cirurgia mataria uma de nós, e a outra ia ter que passar a vida em hospitais ou na UTI", completou Lupita.

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As gêmeas ainda contaram que tentam ver o lado positivo da situação, como quando viajam de avião e podem pagar por apenas uma passagem. Além disso, dirigir também fica mais eficiente, já que Lupita pode prestar atenção no caminho e escolher as músicas enquanto Carmen, que controla a perna direita, dirige o carro.

Porém, também existem muitos momentos desconfortáveis, com os quais as gêmeas aprenderam a lidar com o tempo. Carmen namora Daniel há dois anos. Lupita, por sua vez, nunca quis se relacionar com ninguém.

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Carmen e Daniel namoram há dois anos
Carmen e Daniel namoram há dois anos Carmen e Daniel namoram há dois anos

"Daniel e minha irmã se dão muito bem atualmente. É engraçado porque, quando adormeço rápido, ele pode ficar conversando com a minha irmã", disse Carmen.

Ela confessou que conheceu o namorado por um aplicativo de paquera e que, no começo, muitos homens estranhos tentavam conversar com ela, provavelmente por más intenções ou curiosidade mórbida.

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"Eu sabia logo de cara que Daniel era diferente dos outros, porque ele não começou com uma pergunta sobre minha condição", contou. "Pensamos em nos casar um dia." Carmen também disse que, para tornar o convívio entre os três mais agradável, muitas vezes eles saem em encontros para lugares escolhidos por Lupita.

Carmen revelou que, apesar de adorar crianças, não pretende ter filhos. "Daniel e eu adoramos crianças, mas não queremos filhos. Eu gosto de ser mãe de cachorro! Lupita e eu não conseguimos engravidar", concluiu.

Apesar dos desafios e preconceitos sofridos no caminho, ambas afirmaram que são felizes. Elas estudam medicina veterinária e querem seguir carreira nessa área. A dupla reforçou a intensidade do laço entre elas.

"Podemos sentir as mesmas coisas, como medos ou receios. Se Carmen está ansiosa ou prestes a chorar, eu sinto; afinal, dividimos o estômago, que sofre com esse tipo de emoção", explicou Lupita. 

Apesar dos comentários desagradáveis, as jovens revelaram na entrevista que querem apenas normalizar a situação de jovens siameses ao redor do mundo, já que eles existem e não têm culpa de nada. "Recebemos muitas perguntas sobre sexo, como vamos ao banheiro e coisas assim. Mas você deve lembrar: não somos apenas gêmeas siameses, somos pessoas", concluiu Carmen.

* Estagiária do R7, sob supervisão de Sofia Pilagallo

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