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El Niño apresenta sinais de enfraquecimento, diz instituto meteorológico internacional

Órgão destaca, contudo, que fenômeno deve dar lugar ao La Niña ainda neste ano, o que vai provocar queda nas temperaturas

Internacional|Rafaela Soares, do R7, em Brasília

Pesquisadores acreditam no fim do El Niño neste ano Tânia Rêgo/Agência Brasil

A OMM (Organização Meteorológica Mundial) divulgou nesta segunda-feira (3) que o fenômeno El Niño de 2023/2024 está perdendo forças e dando indícios de acabar. O evento acontece quando existe um aquecimento anormal e persistente da superfície do Oceano Pacífico, interferindo nas temperaturas e nas chuvas em diversas regiões do planeta, como no Brasil. Ainda de acordo com a ONM, o El Niño deve dar lugar ao La Niña ainda neste ano, o que vai levar a uma queda nas temperaturas.

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“O evento El Niño de 2023/24, que ajudou a alimentar o aumento das temperaturas globais e das condições meteorológicas extremas em todo o mundo, dá agora sinais de que vai acabar. É provável que haja um retorno às condições de La Niña ainda este ano”, informou a instituição.

A ONM alertou o El Niño que está em andamento acabou por aumentar as temperaturas globais ainda mais em função das alterações climáticas induzidas pelo homem, o que exacerbou condições meteorológicas e climáticas extremas e afetou os padrões sazonais de precipitação e temperatura.

“Todos os meses desde junho de 2023 estabeleceram um novo recorde de temperatura — e 2023 foi de longe o ano mais quente já registado. […] As temperaturas excepcionalmente elevadas da superfície do mar continuarão a desempenhar um papel importante durante os próximos meses”, afirmou o secretário-geral adjunto da OMM, Ko Barrett.


No ano passado, o fenômeno causou a diminuição de chuvas em estados como o Mato Grosso e na Região Norte. A estação meteorológica do Inmet de São Félix do Xingu, no Pará, por exemplo, registrou um volume total de 890 mm, quando a média histórica é de 1.985 mm.

Mapa de chuvas em todas as regiões brasileiras, em 2023 Reprodução/INMET

O fim do El Niño não significa uma pausa nas alterações climáticas a longo prazo, uma vez que o nosso planeta continuará a aquecer devido aos gases de efeito estufa que retêm o calor.


Em contraste com os números de seca, os maiores volumes de chuva foram observados principalmente no Rio Grande do Sul, com acumulados que superaram os 2.000 mm no ano. O destaque ficou para o município de Passo Fundo, onde foi registrado um volume total de 2.840 mm, o que corresponde a 922 mm acima da média histórica anual.

Segundo a ONM, as enchentes que devastaram o estado em maio tiveram influência do El Niño. De acordo com a instituição, “o fenômeno, responsável pelo aquecimento das águas do Pacífico, ajudou a bloquear frentes frias e a concentrar os sistemas de áreas de instabilidade sobre o Rio Grande do Sul”.


“A catástrofe no Brasil — e as inundações em curso na África Oriental — realçam a necessidade de uma resposta mais integrada ao El Niño e aos impactos das alterações climáticas”, destacou a ONM em comunicado divulgado no mês passado.

El Niño x La Niña

Ao contrário do El Niño, o La Niña faz referência ao resfriamento em grande escala das temperaturas do Oceano Pacífico, além de alterações nos ventos, pressão e nas chuvas.

“Nosso clima continuará mais extremo devido ao calor e da umidade extras em nossa atmosfera. É por isso que a iniciativa ‘Alertas Prévios para Todos’ continua a ser a principal prioridade da OMM. As previsões sazonais para El Niño e La Niña e os impactos previstos nos padrões climáticos mundialmente são uma ferramenta importante para informar alertas precoces e ações precoces”, disse Ko Barrett, que lidera uma delegação da OMM na sessão da ONU (Organizações das Nações Unidas) sobre Alterações Climáticas em Bona (Alemanha).

Previsão para 2024

As últimas previsões dos Centros de Produção Global de Previsões de Longo Prazo da OMM dão chances iguais de condições neutras ou de uma transição para o La Niña durante junho e agosto de 2024.

A chance de condições de La Niña aumenta para 60% durante julho e setembro, e para 70% durante agosto e novembro. A chance de um novo desenvolvimento do El Niño é insignificante durante este período.

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