Em estado de emergência, Portugal tem 108 detidos por desobediência
O ministro da Administração Interna de Portugal, Eduardo Cabrita, informou que as prisões correspondem a violação de medidas
Internacional|Da EFE
O ministro da Administração Interna de Portugal, Eduardo Cabrita, informou nesta sexta-feira (3) que 108 pessoas foram detidas por crimes de desobediência durante o estado de emergência decretado no país devido à pandemia de covid-19.
Em entrevista coletiva condedida em Lisboa, Cabrita explicou que 29 pessoas foram detidas por não respeitarem a obrigação de confinamento, aplicada a doentes com coronavírus e casos suspeitos aos quais as autoridades de saúde ordenam esta medida.
"São realmente graves. Quem está confinado, ao violar a regra a qual está sujeito, não põe em perigo apenas a própria saúde, mas a saúde e segurança de todas as pessoas com quem vive ou com quem pode encontrar", disse o ministro.
Outras dez pessoas foram presas por tentarem violar o cerco sanitário imposto em Ovar, um município de 55 mil habitantes da região do Centro muito afetada e isolada desde 17 de março. Também foram detidos 16 cidadãos que não respeitaram a obrigação de fechar estabelecimentos comerciais.
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Portugal permanece em estado de emergência desde 19 de março, situação que foi prolongada ontem pelo presidente, Marcelo Rebelo de Sousa, até 17 de abril, com um endurecimento das medidas para a Páscoa.
O governo português decretou um dever de "recolhimento geral" para a população, embora apenas aqueles confinados por sofrerem de coronavírus ou por serem um caso suspeito incorram em crime de desobediência se não cumprirem a medida. Para os demais, as forças de segurança exercem uma função "pedagógica" e de sensibilização.
Portugal chegou nesta sexta-feira a 246 mortes por Covid-19, após registrar o maior aumento diário, 37 mortes. O país contabiliza cerca de 10 mil infectados.