Em meio a protestos, Argentina fecha novo empréstimo com FMI
Os US$ 7,1 bilhões (R$ 28,6 bilhões) adicionais se somarão aos US$ 50 bilhões (R$ 202 bilhões) definidos em junho
Internacional|Eugenio Goussinsky, do R7, com agências
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O governo da Argentina e o FMI (Fundo Monetário Internacional) anunciaram uma expansão do acordo de empréstimo em mais US$ 7,1 bilhões (R$ 28,6 bilhões), que se somarão aos US$ 50 bilhões (R$ 202 bilhões) definidos em junho último.
No total, o acordo será de US$ 57.1 bilhões (R$ 230 bilhões). O governo argentino esperava que o novo valor destinado pelo fundo fosse de pelo menos US$ 15 bilhões (R$ 60,5 bilhões).
A decisão foi divulgada nesta quarta-feira (26), em Nova York, após reunião do ministro da Economia argentino, Nicolás Dujovne, e a diretora-gerente do FMI, Christine Lagarde.
Dentro da tentativa de resgate da economia argentina, Dujovne destacou que os desembolsos previstos para 2018 e 2019 aumentaram em US$ 19 bilhões (R$ 76,6 bilhões).
A economia do país vive uma forte crise, com o peso se desvalorizando cerca de 50% em relação ao dólar, desde o início do ano, o que levou os juros básicos a subirem até a elevadíssima taxa de 60% ao ano (o triplo da venezuelana, por exemplo).
A situação gerou suspeitas de que o país ficasse incapacitado de pagar suas dívidas internacionais no próximo ano. Para piorar, uma seca prejudicou a exportação de grãos.
Ao recorrer a novos empréstimos, o governo teve de ouvir exigências do Fundo Monetário Internacional (FMI) e de investidores, em relação à eliminação do déficit fiscal. Mas isso exige um amplo corte dos gastos públicos, o que tem gerado revoltas internas no país.
Na última terça-feira (25) houve uma paralisação geral na Argentina, em repúdio aos novos empréstimos. Foi a quarta greve na gestão do atual presidente Mauricio Macri.
No início desta semana, Macri, acreditando na recuperação da produção de grãos e no aumento das exportações após a recessão, afirmou à Bloomberg em Nova York que havia "chance zero" de a Argentina dar default em sua dívida externa no próximo ano.
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