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Embaixador dos EUA trabalhou como espião cubano durante quatro décadas, diz promotoria

Procurador classifica o caso como 'uma das infiltrações de maior alcance e duração no governo dos Estados Unidos'

Internacional|Do R7

Rocha teria confessado atuação durante conversa com agente disfarçado
Rocha teria confessado atuação durante conversa com agente disfarçado

Promotores americanos acusaram, nesta segunda-feira (4), em Miami, Víctor Manuel Rocha, de 73 anos, ex-embaixador dos Estados Unidos na Bolívia, de trabalhar secretamente como agente encoberto do governo cubano durante quatro décadas, segundo um comunicado do Departamento de Justiça.

"Esta ação expõe uma das infiltrações de maior alcance e duração no governo dos Estados Unidos por parte de um agente estrangeiro", disse o procurador-geral, Merrick B. Garland, no documento em que detalhou a acusação contra Rocha.

O diretor do FBI, a polícia federal americana, Christopher Wray, comentou as investigações em um comunicado divulgado nesta segunda-feira (4).

“Como todos os funcionários federais, os diplomatas dos EUA prestam juramento de apoiar e defender a Constituição dos Estados Unidos. Agir como agente de Cuba — uma potência estrangeira hostil — é uma violação flagrante desse juramento e trai a confiança do povo americano”, disse Wray.


De acordo com a denúncia, Rocha, um colombiano naturalizado americano, apoiou secretamente a República de Cuba, atuando como agente secreto da Direção Geral de Inteligência cubana.

O diplomata teria iniciado essa atividade em 1981 e continuado até o presente. Durante esse período, ele trabalhou no Departamento de Estado dos EUA, entre 1981 e 2002, tendo ocupado cargos que lhe proporcionaram acesso a informações não públicas, incluindo informações confidenciais, e a capacidade de afetar a política externa dos EUA.


Após sua saída no Departamento de Estado, Rocha teria continuado a apoiar os serviços de inteligência cubanos.

A denúncia alega que Rocha manteve em segredo seu cargo de agente cubano para proteger a si mesmo e outros, permitindo-se se envolver em atividades clandestinas adicionais.


Ele teria fornecido informações falsas aos EUA, viajado para fora do país para encontrar agentes cubanos e feito declarações enganosas para obter documentos de viagem. Rocha ocupou vários cargos no Departamento de Estado ao longo dos anos, incluindo o de embaixador na Bolívia.

Durante reuniões em 2022 e 2023 com um agente disfarçado do FBI, que se passava por representante da Direção Geral de Inteligência cubana, Rocha admitiu décadas de trabalho para Cuba, referindo-se aos EUA como "o inimigo" e descrevendo seu papel como agente cubano como um "grand slam".

Ele teria elogiado Fidel Castro e se referido aos contatos na inteligência cubana como "companheiros".

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