Empresa chinesa obriga todos os seus funcionários a adotarem o sobrenome ‘Rato’

A marca chinesa Three Squirrels virou alvo de críticas após internautas revelarem que funcionários são orientados a adotar o sobrenome “Rato” e a chamar clientes de “mestre”. A prática ganhou repercussão quando um usuário afirmou que após entrar para o grupo Three Squirrels a pessoa perde o nome verdadeiro. As publicações incluíam fotos de reuniões internas com placas de identificação como “Papai Rato” e “Mamãe Rato”.

Fundada em 2012 na província de Anhui, a Three Squirrels se tornou uma referência no mercado de snacks e abriu seu capital em 2019. A empresa acumulou mais de 54 bilhões de yuans em vendas na última década. Imagens divulgadas online mostraram também uma lista do Comitê do Partido Comunista da empresa com trinta membros distribuídos em oito seções, todos registrados com o sobrenome “Rato”.

Em 24 de janeiro, um funcionário confirmou ao Hubei Media Group que adotar o sobrenome faz parte da cultura interna da empresa. Ele afirmou que a prática torna as coisas “mais amigáveis e fofas e reforça a identidade da marca”. O funcionário disse que a mudança não é obrigatória e que novos contratados são informados de que a prática é comum. Segundo ele, quem não se sentir confortável não enfrenta qualquer consequência.

A cultura interna da companhia já havia sido questionada em novembro. Um cliente relatou que o responsável por devoluções era identificado como “Rato das Devoluções”. Ele contou ainda que representantes do atendimento online se apresentavam como “ratos” e tratavam consumidores como “mestre”. A empresa afirmou que nomes como “rato de expedição” e “rato de atendimento” são usados de forma interna e que “Rato das Devoluções” não pretendia insultar os clientes.

A prática dividiu opiniões entre usuários chineses. Um internauta afirmou que apesar do mascote ser fofo usar apelidos de rato para pessoas reais parece absurdo. Outro disse que a cultura pode ser desagradável e que mudar nomes e chamar clientes de “mestre” beira “manipulação psicológica”. Um terceiro afirmou que se a escolha for opcional não há problema e comparou a prática à adoção de nomes em inglês em aulas de idiomas.

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