Entenda a nova classe de navios de guerra anunciada por Trump
Proposta prevê embarcações gigantes, armas avançadas e mudança na estratégia naval
Internacional|Do R7
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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta segunda-feira (22) a criação de uma nova classe de grandes navios de guerra da Marinha americana, iniciativa que marca a retomada de projetos desse porte após mais de oito décadas.
Segundo ele, as embarcações foram pensadas para substituir gradualmente uma frota considerada antiga e representar um salto em poder militar e presença global.
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O projeto prevê a criação da chamada Classe Trump de Couraçados de Mísseis Guiados (BBG), concebida para operar como força ofensiva de superfície. A proposta rompe com a ênfase recente em furtividade e plataformas médias, apostando em navios grandes, altamente armados e com forte presença dissuasória. A mensagem política e militar é a de reforçar a ideia de “paz pela força”, segundo integrantes da administração.
O primeiro navio planejado é o USS Defiant (BBG-1). Com cerca de 260 metros de comprimento e deslocamento estimado em até 40 mil toneladas, o projeto pretende criar o mais poderoso navio de superfície já construído pelo país. Diferentemente dos destróieres atuais, pensados sobretudo para escolta de porta-aviões, o novo couraçado teria papel ativo em ataques de longo alcance.
Para sustentar essa proposta, o plano aposta em tecnologias ainda pouco testadas em larga escala. Entre elas estão canhões eletromagnéticos, capazes de lançar projéteis a velocidades hipersônicas, e sistemas de propulsão elétrica integrados, destinados a alimentar lasers de alta potência para defesa contra drones e mísseis. A doutrina declarada é neutralizar plataformas inimigas antes que elas consigam disparar.
Um dos pontos mais sensíveis do anúncio é a previsão de reintrodução de armas nucleares táticas em navios de superfície. O Defiant estaria apto a operar mísseis de cruzeiro com ogivas nucleares, capacidade abandonada pelos Estados Unidos há décadas. A Casa Branca argumenta que a medida reforça a dissuasão frente a Rússia e China, enquanto críticos alertam para possíveis tensões com aliados que impõem restrições à presença de armamentos nucleares em seus portos.
A nova frota não se limita, porém, a grandes navios. A estratégia adotada é descrita como um modelo de extremos: investimentos pesados em plataformas gigantes, combinados com uma base numerosa de embarcações pequenas e não tripuladas. Nesse contexto, a Marinha decidiu encerrar o programa das fragatas da Classe Constellation após apenas duas unidades, optando por um novo modelo derivado de projetos da Guarda Costeira, com promessa de produção mais rápida.
A expansão do número de meios navais deve ser complementada pelo uso intensivo de sistemas autônomos. Empresas de tecnologia naval receberam contratos para desenvolver centenas de drones marítimos, capazes de operar em enxames, coletar informações, confundir sensores inimigos e atuar como proteção avançada para navios de alto valor estratégico.
Apesar do discurso ambicioso, especialistas apontam entraves estruturais. Estaleiros americanos enfrentam escassez de mão de obra qualificada e limitações de infraestrutura, o que pode dificultar a construção de navios desse porte. Há receio de que o novo programa concorra por recursos com projetos considerados prioritários, como os submarinos estratégicos, afetando o cronograma geral da frota.
O custo estimado também gera resistência no Congresso. O primeiro couraçado pode ultrapassar a marca de US$ 10 bilhões, valor semelhante ao de um porta-aviões. Parlamentares lembram experiências recentes de projetos inovadores que não cumpriram expectativas, levantando dúvidas sobre a relação custo-benefício da iniciativa.
Inicialmente, a Marinha deve construir o USS Defiant e mais unidades dessa nova classe, seguidas por mais oito em curto prazo. Trump declarou que a intenção é chegar, no futuro, a uma frota de 20 a 25 navios, que passariam a atuar como o núcleo principal do poder naval dos Estados Unidos.
Embora seja tradição nomear uma classe de navios a partir da primeira unidade construída, ainda há indefinição sobre a aplicação prática do nome. O presidente indicou que o primeiro navio deverá se chamar USS Defiant, o que mantém em aberto como o sobrenome Trump será incorporado oficialmente à frota.
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