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Entenda alternativa para produção de armas oferecida à Ucrânia por aliado da Otan

Produzir armas em solo da Otan protege empresas que, na Ucrânia, precisam dispersar operações para escapar de ataques russos

Internacional|Do R7

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LEIA AQUI O RESUMO DA NOTÍCIA

  • A Dinamarca lançou um projeto chamado "Construir para a Ucrânia", permitindo que empresas ucranianas produzam armas em seu território.
  • A iniciativa visa expandir a capacidade bélica da Ucrânia, superando limitações financeiras e logísticas.
  • Cerca de 50 milhões de dólares serão investidos para facilitar a fabricação de armamentos e permitir exportações para parceiros estrangeiros.
  • O objetivo é aumentar a produção de armas ucranianas de 40% para 50% até o fim do ano, garantindo autonomia no esforço bélico contra a Rússia.

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Programa ajudou a expandir a produção do canhão de longo alcance 2S22 Bohdana de 155 mm
Programa ajudou a expandir a produção do canhão de longo alcance 2S22 Bohdana de 155 mm Divulgação/АрміяInform

A Dinamarca lançou uma iniciativa permitindo que empresas de defesa ucranianas produzam armamentos em território dinamarquês. O projeto, batizado de “Construir para a Ucrânia”, busca driblar os limites orçamentários de Kiev e ampliar a produção de armas para o esforço de guerra contra a Rússia, ao mesmo tempo em que aproxima a Ucrânia das indústrias militares da Otan.

Desde o início da invasão russa em 2022, a indústria bélica de Kiev expandiu sua capacidade, produzindo drones, mísseis, munições e sistemas de defesa aérea. Apesar do avanço, o país enfrenta restrições financeiras e logísticas que dificultam o aumento da produção em larga escala. Segundo estimativas do setor, com mais financiamento, a Ucrânia poderia triplicar seu arsenal.


Com a nova parceria, empresas ucranianas poderão fabricar armamentos em solo dinamarquês, aproveitando a estabilidade e o financiamento europeu. “O projeto dará às forças de nosso país acesso mais fácil a algumas das mais recentes tecnologias e experiências da Ucrânia”, afirmou o ministro da Defesa da Dinamarca, Troels Lund Poulsen.

A iniciativa prevê um investimento superior a 50 milhões de dólares para que companhias ucranianas instalem operações na Dinamarca. A medida também permite que os fabricantes de armas da Ucrânia exportem equipamentos para parceiros estrangeiros, superando as atuais restrições impostas pelo próprio governo de Kiev, que praticamente congelaram as exportações.


O primeiro projeto confirmado envolve a Fire Point, empresa que produz drones, mísseis e outros armamentos. A companhia planeja fabricar combustível para foguetes na Dinamarca. Outras parcerias estão em negociação, segundo o portal Business Insider.

O ministro da Defesa da Ucrânia, Denys Shmyhal, afirmou que o plano também beneficiará diretamente as tropas ucranianas. Segundo ele, o projeto vai garantir “um equipamento mais eficaz de nossos guerreiros com tudo o que eles precisam”. A proposta é vista como uma forma de reduzir a dependência de armamentos estrangeiros e de contornar a instabilidade das entregas ocidentais, frequentemente atrasadas por entraves políticos.


Atualmente, cerca de 40% das armas usadas na linha de frente são de fabricação ucraniana, segundo o presidente Volodymyr Zelensky. O objetivo é elevar esse percentual para 50% até o fim do ano. Produzir parte do arsenal em território da Otan oferece segurança adicional às empresas, que em território ucraniano precisam dispersar e esconder suas operações para evitar ataques russos.

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Serhiy Goncharov, diretor da Associação Nacional das Indústrias de Defesa Ucranianas, que reúne cerca de 100 companhias, disse que a medida cria uma forma de “apoio mútuo” entre os dois países. Ele afirmou que Kiev “não pode comprar toda a produção militar que pode ser produzida na Ucrânia”, e que a cooperação permitirá combinar recursos dinamarqueses com a experiência ucraniana.


Copenhague já lidera o chamado “Modelo Dinamarquês”, que compra armas diretamente de fabricantes ucranianos, evitando intermediários europeus ou americanos e acelerando as entregas. O método ajudou a expandir a produção de armamentos como o canhão de longo alcance 2S22 Bohdana de 155 mm, mas ainda é insuficiente para atender à demanda total do exército ucraniano.

Para o ministro Poulsen, essa colaboração também tem valor estratégico para o próprio país. Ele afirmou que a Dinamarca “tem muito a aprender com a Ucrânia” e que espera “transferir algumas das lições aprendidas com as empresas de defesa ucranianas para as dinamarquesas”.

A colaboração entre Kiev e Copenhague ganhou relevo após a proibição temporária de drones civis na Dinamarca após a detecção de artefatos não identificados sobrevoando áreas militares e aeroportos. A situação foi classificada como um “ataque híbrido”, com fortes suspeitas sobre a Rússia, e resultou no fechamento de aeroportos e na intensificação do patrulhamento aéreo pelo exército dinamarquês.

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