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Conflito entre Azerbaijão e Armênia terá mediação da Rússia e de outros países do ocidente; entenda

A região está em disputa há décadas e tenta um acordo de paz após uma guerra que durou apenas um dia

Internacional|Do R7

Depósito pega fogo no Azerbaijão
Depósito pega fogo no Azerbaijão Depósito pega fogo no Azerbaijão

O confronto entre o Azerbaijão e a Armênia em Nagorno-Karabakh, na região do Cáucaso, no último dia 19, durou apenas um dia, mas é reflexo de uma disputa que dura décadas e envolve, inclusive, países como a Rússia e a Turquia.

O Azerbaijão justificou sua ofensiva como uma resposta à morte de quatro policiais e dois civis em uma explosão de minas onde um túnel era construído.

O enclave é uma das regiões mais minadas da antiga União Soviética. Os serviços de segurança azerbaijano, porém, acreditam que foi um grupo de "sabotadores" separatistas armênios que plantou os artefatos explosivos, em um ato de "terrorismo".

Nesse contexto, a guerra teria uma motivação antiterrorista, mas a tensão estava crescendo havia meses, e a relação entre os dois países era cada vez mais delicada. A expectativa agora é em relação ao possível acordo de paz, que pode ter Moscou como um dos mediadores.

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Atualmente, Nagorno-Karabakh é reconhecida pela comunidade internacional como parte integrante do Azerbaijão. A Armênia, país de maioria cristã, e o Azerbaijão, de maioria muçulmana, travaram duas guerras pela região desde o colapso da União Soviética, em 1991.

Guerra-relâmpago

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O Azerbaijão afirmou que o objetivo da guerra era "a reintegração pacífica dos armênios de Karabakh" e uma "normalização" das relações com o país vizinho.

A Presidência do Azerbaijão impôs como condição para uma negociação de paz a retirada "total e incondicional" de seu rival armênio do enclave montanhoso no Cáucaso. Em menos de 24 horas, a vitória havia sido conquistada.

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Segundo as autoridades separatistas, várias cidades, incluindo a capital regional, Stepanakert, foram alvo de "disparos intensos" contra a infraestrutura civil.

Antes mesmo dessa exigência, as autoridades regionais de Nagorno-Karabakh já haviam pedido um cessar-fogo imediato e exigiam negociações.

Última guerra

O último confronto entre os dois países pela região foi em 27 de setembro de 2020, quando o Azerbaijão lançou uma operação militar contra os separatistas armênios.

Em seis semanas, mais de 6.500 pessoas morreram, e a Armênia foi derrotada e obrigada a ceder importantes territórios.

A Rússia, que patrocinou um cessar-fogo na época, mobilizou um Exército de manutenção da paz, mas os poucos milhares de soldados russos destacados não conseguiram evitar a multiplicação dos confrontos na região separatista.

Mapa dos territórios controlados por Armênia e Azerbaijão no enclave de Nagorno-Karabakh
Mapa dos territórios controlados por Armênia e Azerbaijão no enclave de Nagorno-Karabakh Mapa dos territórios controlados por Armênia e Azerbaijão no enclave de Nagorno-Karabakh

Refugiados

Autoridades armênias anunciaram, na quarta-feira (27), que o país recebeu 42,5 mil refugiados procedentes de Nagorno-Karabakh entre 24 e 27 de setembro. O número representa um terço da população da região separatista.

No domingo (24), Baku liberou o tráfego na única rodovia que liga o enclave à Armênia, quatro dias após a rendição dos separatistas e da assinatura de um cessar-fogo que concede ao Azerbaijão o controle da região.

Atualmente, 120 mil armênios vivem em Nagorno-Karabakh.

Número de refugiados de Nagorno-Karabakh na Armênia após ofensiva do Azerbaijão em setembro de 2023
Número de refugiados de Nagorno-Karabakh na Armênia após ofensiva do Azerbaijão em setembro de 2023 Número de refugiados de Nagorno-Karabakh na Armênia após ofensiva do Azerbaijão em setembro de 2023

Acordo de paz

O governo do Azerbaijão e os separatistas armênios de Nagorno-Karabakh estão dispostos a seguir com as conversações de paz iniciadas em 21 de setembro sobre a reintegração desse território separatista.

O Azerbaijão classificou as primeiras negociações com os separatistas armênios como "construtivas" e anunciou que ambas as partes se reunirão novamente.

O primeiro-ministro armênio, Nikol Pashinyan, e o presidente azerbaijano, Ilham Aliyev, reúnem-se na Espanha no dia 5 de outubro, em Granada.

Devem participar do encontro o presidente francês, Emmanuel Macron, o chefe de governo alemão, Olaf Scholz, e o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel.

"Essas negociações ocorrerão com a mediação da liderança do contingente russo de manutenção da paz", disse o presidente Russo, Vladimir Putin, numa conversa telefônica com o primeiro-ministro armênio, Nikol Pashinyan, segundo um comunicado do Kremlin.

Posição da Rússia

O primeiro-ministro Nikol Pashinyan anunciou, no domingo, uma mudança de alianças, dando as costas para Moscou, após o Azerbaijão ter invadido Nagorno-Karabakh, tumultuando o mapa de influências da Rússia no Cáucaso.

Em um discurso transmitido pela televisão, Pashinyan descreveu as atuais alianças de seu país como "ineficazes", em alusão às relações com a Rússia, herdadas do tempo em que a Armênia integrava a União Soviética.

A Armênia continua a fazer parte da Organização do Tratado de Segurança Coletiva (OTSC), uma aliança militar liderada pela Rússia, mas já havia dado sinais de distanciamento, mesmo antes da ofensiva desta semana em Nagorno-Karabakh.

No início de setembro, Erevan anunciou a realização de exercícios militares conjuntos com soldados americanos, uma decisão que desagradou à Rússia, aliada histórica da Armênia.

Turquia contra armênios

A Turquia, o principal aliado do Azerbaijão, considerou "legítima" a ofensiva de Baku, e seu presidente, Recep Tayyip Erdogan, manifestou "apoio" à operação militar.

Erdogan declarou diversas vezes que Turquia e Azerbaijão são "dois Estados, mas uma única nação", uma afirmação que reflete a proximidade histórica entre os dois países.

As relações entre a Turquia e a Armênia estão prejudicadas pelos massacres de armênios cometidos durante a Primeira Guerra Mundial no Império Otomano (atual Turquia). Erevan e muitos países consideram essas ações um genocídio, um termo que Ancara rejeita.

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