Entenda o ponto que pode dividir o gabinete israelense após anúncio dos terroristas do Hamas
Grupo extremista anunciou cessar-fogo permanente nesta quinta (9); professor analisa próximos passos e eventuais impasses
Internacional|Do R7
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Após a declaração da aceitação de um acordo de paz pelo grupo terrorista Hamas e o fim da guerra na Faixa de Gaza, nesta quinta (9), o professor de Relações Internacionais Alexandre Pires, do Ibmec, falou à RECORD NEWS sobre os próximos passos no fim do conflito armado que durou dois anos.
“Tudo ainda está sendo negociado e acertado, mas o cessar-fogo, no sentido da inexistência de hostilidades, está ocorrendo e a população de Gaza respira um pouco mais aliviada nesse momento”, expressa o professor.
A oficialização do cessar-fogo passa agora por Israel. O gabinete do país se reúne também nesta quinta. Segundo o professor, uma questão pode causar divergências.
“Um deles, que seria talvez o ponto mais espinhoso e que deve dividir o gabinete israelense hoje na votação, é justamente se o Hamas vai continuar existindo ou não, se o Hamas vai depor armas ou não”, analisa.
Com imagens de um céu silencioso, o oposto do que anteriormente era visto em meio aos bombardeios, o especialista explica que, durante a primeira fase da paz, o acordo firmado visa apenas tratar da libertação de reféns israelenses, da devolução de restos mortais e da troca de prisioneiros de Gaza.
“Esse primeiro acordo é um acordo realmente de libertação de reféns, dos corpos dos reféns mortos, troca por prisioneiros palestinos e também prisioneiros sentenciados a prisões perpétuas. Para que isso acontecesse, haveria ali um recuo de Israel para uma linha pré-determinada. Israel não sairia de Gaza, mas recuaria para um ponto específico para que essas trocas ocorressem”, diz.
O profissional ainda explica que o recuo de Israel na Faixa acontecerá conforme a presença da segurança internacional for estabelecida no território e da “boa vontade” dos radicais. “Como vão recuar nesse momento para conseguir os reféns, eles dependeriam, digamos, primeiro de uma ação de boa-fé do Hamas, de deposição de armas, ou da ação daquela outra força que está no plano do Trump, que é a força de estabilização internacional, constituída por algumas nações que ficariam com esse papel de desmilitarização e também de desradicalização”, enfatiza.
Outro ponto que pode causar discussão diz respeito a uma declaração do Hamas de que o grupo terrorista não saberia onde estão os restos mortais de algumas vítimas. Ao todo, são 48 reféns, sendo que apenas 20 estariam vivos.
“Caso o Hamas diga que não sabe onde está, provavelmente isso vai ser um empecilho. Vai ser um empecilho e vai ter que haver ali um esforço, por isso que tem esse prazo que o presidente Donald Trump falou, para que seja feita toda essa logística”, argumenta.
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