Entenda o que adiou acordo entre Mercosul e União Europeia e o que esperar das próximas negociações
Economista opina que na Europa ‘cada um quer cuidar apenas do seu pedaço’ e lamenta falta de cooperação
Internacional|Do R7
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O acordo entre o Mercosul e a União Europeia é negociado há 25 anos e era para ter uma conclusão no dia 20 de dezembro, durante a Cúpula do Mercosul que irá ocorrer em Foz do Iguaçu. Entretanto, Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, informou que a assinatura do acordo foi adiada para janeiro, aumentando ainda mais a longa história da medida. A transferência de data já era esperada, uma vez que a França e a Itália iam contra o acordo, devido a fortes pressões impostas pelos agricultores desses países em forma de protestos e ataques.
O economista Roberto Troster analisa que um cenário em que o adiamento não passe de um mero atraso e o acordo não tenha barreiras impostas pela UE seria a melhor das hipóteses. Ele explica as polêmicas do contrato que fizeram com que sua negociação perdurasse por tantos anos: “Por que demorou 25 anos? Porque de alguma maneira os grupos de interesse, especialmente o setor agrícola europeu, que tem uma produtividade menor do que o setor agrícola americano, teme a concorrência, ou seja, a abertura dos mercados.” E afirma que a postura protecionista de alguns países não leva em consideração os ganhos que podem ser conquistados. “Em vez de trabalhar para o que é melhor ao país, está cada um querendo cuidar apenas do seu pedaço.”
Durante o Conexão Record News desta sexta (19), Troster também comentou que o momento atual é estratégico para a saída do acordo devido às mudanças geopolíticas causadas pelos tarifaços de Donald Trump. O economista opina que todos os envolvidos iriam ser beneficiados a longo prazo com os resultado do pacto. “Com ele você aumenta o fluxo de comércio, mas tem alguns setores que perdem com isso. A indústria brasileira pode ganhar ou perder conforme se integrar melhor com a indústria europeia e o setor agrícola francês e italiano vão perder e por conta disso eles fazem pressão com os governos e governantes”. Ele lembra que um dos motivos por tais protestos terem sido tão efetivos é a proximidade com as eleições desses países, revelando que há um viés político dentro da escolha dos líderes.
O especialista faz uma reflexão ao analisar a falta de cooperação da Europa: “Faz um século atrás, esses países lutavam um com o outro. Agora, eles estão trabalhando em conjunto. [...] Em cada país tem que pensar mais no conjunto e menos coisas. Não é muito diferente do que acontece no Brasil, em que alguns setores têm influência com o que acontece com o resto da sociedade”.
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