Entenda os bastidores da negociação entre Israel e Hamas e o que esperar do futuro em Gaza
Especialista destaca que pressões de países como Estados Unidos e Catar auxiliaram para resolução do conflito acertada nesta semana
Internacional|Do R7
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Após a aprovação da primeira fase do cessar-fogo entre Israel e o grupo terrorista Hamas, o mundo volta os olhos para o futuro da região e a liberação dos reféns. Em entrevista ao Jornal da Record News desta quinta-feira (9), João Torquato, analista de comunicação do Instituto Brasil-Israel, analisa os fatores por trás da aprovação do acordo neste momento.
Um dos pontos destacado por Torquato é a pressão dos Estados Unidos e dos países árabes e muçulmanos, como o Catar e a Turquia, para pôr um fim na guerra em ambos os lados. Para ele, essas pressões foram fundamentais para que as negociações ocorressem com mais celeridade.
Ainda segundo ele, o estopim para a pressão americana veio após ataques de Israel em localidades do Hamas dentro do Catar — o que feriu a soberania do país que é um aliado de longa data dos Estados Unidos. Tal medida deixou Donald Trump incomodado e fez com que o premiê israelense, Benjamin Netanyahu, ligasse para as autoridades catarianas pedindo desculpas.
“Então a gente pode dizer sim que houve uma pressão, de um lado por parte do presidente norte-americano Donald Trump, que desde a sua candidatura, antes dele mesmo ser eleito, vem falando que ele ia acabar com a guerra em Gaza, mas também os países árabes, países muçulmanos, como o caso da Turquia, que também tiveram um papel muito importante em pressionar os atores que estão envolvidos nesse conjunto”, comenta.

No entanto, Torquato também lembra das pressões sofridas por Netanyahu no país, tanto da população para o fim do conflito e retorno dos reféns em posse do grupo extremista, como dos países de sua coalizão para a manutenção do conflito. Com a aprovação do cessar-fogo, apesar de discordância de membros mais ortodoxos da coalizão, o especialista acredita que pode gerar um desgaste político no país, com as eleições do país podendo ser adiantadas de outubro para março do próximo ano devido à falta de maioria do premiê no governo.
Já do outro lado do conflito, na Faixa de Gaza, Torquato vê um cenário mais incerto, principalmente pela possibilidade de desarmamento do Hamas e a instalação de um governo tecnocrata, que pode mudar quem comanda a região. Uma das opções levantadas por ele é a articulação da Autoridade Palestina, que atualmente controla a Cisjordânia, para cuidar da região.
“Então a gente vai precisar acompanhar os próximos passos para saber o que vai acontecer. Hoje a gente sabe que o Hamas não tem um apoio majoritário dentro da população de Gaza, pelo tratamento que se deu na condução desse conflito, mas a gente vai precisar esperar um pouco mais para saber o que vai acontecer”, conclui.
Perguntas e Respostas
Qual é o contexto atual do cessar-fogo entre Israel e Hamas?
O cessar-fogo entre Israel e o grupo terrorista Hamas foi aprovado, levando a comunidade internacional a se concentrar no futuro da região e na liberação dos reféns.
Quem é João Torquato e qual é sua análise sobre o acordo?
João Torquato é analista de comunicação do Instituto Brasil-Israel e, em entrevista ao Jornal da RECORD, ele analisa os fatores que contribuíram para a aprovação do acordo neste momento.
Quais pressões influenciaram as negociações do cessar-fogo?
Torquato destaca que as pressões dos Estados Unidos e de países árabes e muçulmanos, como Catar e Turquia, foram fundamentais para acelerar as negociações e buscar um fim para a guerra.
O que motivou a pressão dos Estados Unidos?
A pressão americana aumentou após ataques de Israel em localidades do Hamas no Catar, o que feriu a soberania do país, aliado dos Estados Unidos. Isso levou o premier israelense, Benjamin Netanyahu, a pedir desculpas às autoridades catarianas.
Como a situação interna em Israel afeta o cessar-fogo?
Torquato menciona que Netanyahu enfrenta pressões internas tanto da população, que deseja o fim do conflito e a liberação dos reféns, quanto de membros de sua coalizão que apoiam a continuidade da guerra. A aprovação do cessar-fogo pode gerar desgaste político e antecipar as eleições no país.
Qual é a perspectiva para a Faixa de Gaza após o cessar-fogo?
Torquato vê um cenário incerto em Gaza, especialmente em relação ao desarmamento do Hamas e à possível instalação de um governo tecnocrata. Ele sugere que a Autoridade Palestina, que controla a Cisjordânia, poderia assumir a gestão da região.
Qual é a opinião de Torquato sobre o apoio do Hamas na população de Gaza?
Ele afirma que o Hamas não possui apoio majoritário entre a população de Gaza, devido à forma como o conflito foi conduzido, mas é necessário aguardar mais para entender o futuro da situação.
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