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Entenda por que a Irlanda do Norte está há quase 2 anos sem governo

Desde a renúncia do vice-primeiro-ministro, em janeiro de 2017, divergências entre Sinn Féin e DUP impedem manutenção de acordo histórico

Internacional|Eugenio Goussinsky, do R7

Equilíbrio nas eleições dificultou coalizão
Equilíbrio nas eleições dificultou coalizão Equilíbrio nas eleições dificultou coalizão

A Irlanda do Norte (protestante) deixou de ter fronteira formal com a Irlanda (católica) em 1998. Desde então, nestes 20 anos, o DUP (Partido Unionista Democrático), defensor da permanência no Reino Unido, e o Sinn Féin (antigo braço político do IRA - Exército Republicano Irlandês) vinham dividindo o governo dentro de uma coalizão.

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Mas, devido a um impasse que se originou em 9 de janeiro de 2017, após a renúncia do vice-primeiro-ministro Martin McGuinness, a falta de entendimento entre ambos tem deixado a região, outrora um país, sem governo.

Há quase dois anos (exatos 1 ano e oito meses), a Irlanda do Norte tem sido governada pela burocracia estatal, no que diz respeito às questões rotineiras. Mas as diretrizes gerais estão paralisadas, à espera de um governo que as defina.

Então membro do Sinn Féin, McGuiness renunciou em protesto contra um escândalo de incentivo a energias renováveis. McGuiness morreu meses depois, em 21 de março.

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A partir da renúncia de McGuiness, mesmo de uma maneira política e sem a violência de anos atrás, antigas divergências entre os dois grupos voltaram a dificultar uma união nacional.

Várias negociações

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O impasse provocou eleições antecipadas, realizadas no início de março de 2017. E o resultado mostrou profundo equilíbrio, com o Sinn Féin ganhando mais popularidade e ficando com 27 cadeiras, contra 28 do DUP, de um total de 90 cadeiras. Desde então, ambos não entram em acordo para a formação de um governo local.

Várias negociações, entre Irlanda e Grã-Bretanha, para a retomada de um governo compartilhado na região da Irlanda do Norte têm falhado. Os unionistas até pediram a retomada de maior controle, por parte da Grã-Bretanha, da economia local.

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Entre as divergências, estão o apoio ou não ao Brexit e o reconhecimento da língua irlandesa, apoiado pelo Sinn Fein, cada vez mais popular. A popularidade tem crescido tanto que chega a preocupar o governo em Londres, já que a Irlanda do Norte acabou votando contra o Brexit no referendo de junho de 2016.

E, caso o Sinn Féin cresça ainda mais, aumenta o risco de uma campanha definitiva em favor da total reunificação da Irlanda do Norte com a Irlanda. Para pressionar por um acordo, a líder do DUP, Arlene Foster, utiliza o discurso de que o impasse na Irlanda do Norte pode levar à perda da autonomia da região, com intervenção da Grã-Bretanha, algo que Londres já ameaçou fazer.

Desde o século 17 havia divergência entre os grupos católicos (minoritários) e protestantes (majoritários) na Irlanda do Norte. Favoráveis à união com o Reino Unido, os protestantes, chamados de unionistas, tinham que conviver com o descontentamento do outro grupo, que lutava pela unificação com a Irlanda (Eire).

O IRA era um grupo extremista que se utilizava do terror para atingir tal objetivo. Mas em 1998, com o Acordo de Belfast, a paz finalmente prevaleceu. No entanto, o atual contexto mostra que as rivalidades não foram totalmente superadas.

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