Entenda se o príncipe Harry pode ser deportado dos EUA por assumir ter usado drogas no passado

A biografia do príncipe Harry lançada em janeiro deste ano foi uma bomba lançada na família real por divulgar diversos bastidores da vida no palácio de Buckingham. O que o duque de Sussex não esperava era que seus segredos pudessem impactar tanto a sua vida.

Nesta terça-feira (6), o governo dos EUA terá que prestar esclarecimentos à Justiça sobre o visto de Harry, após ele ter divulgado em sua biografia que usou cocaína, maconha e cogumelos. 

A Heritage Foundation, uma conhecida organização conservadora dos EUA, entrou com um processo contra o Estado americano em que pede a divulgação da documentação de Harry em 2020, quando ele abandonou os deveres reais e se mudou para o país. 

Em mais de uma passagem do livro, o filho caçula do rei Charles 3º e da princesa Diana fala sobre suas experiências com substâncias ilícitas, e também com o álcool, em vários contextos. Essas informações devem estar presentes nos formulários de entrada no país preenchidos por Harry; caso contrário, ele cometeu uma fraude.

Segundo a advogada especialista em imigração americana Dra. Ingrid Baracchinio, as leis de imigração dos EUA são rígidas com quem usa ou já usou drogas.

"As autoridades de imigração dos EUA adotam uma postura firme contra atividades relacionadas a drogas devido ao seu potencial impacto na saúde e segurança pública. Os formulários perguntam explicitamente sobre qualquer histórico de uso de drogas ou delitos relacionados a drogas", diz Ingrid.

A especialista explica que revelar o uso de drogas, mesmo que no passado, não resulta automaticamente na negação do visto americano, mas é um fator que as autoridades de imigração levam em consideração.

Como Harry publicou um livro em que conta suas experiências e esses relatos ganharam grande repercussão, por ele ser uma figura pública e filho do atual monarca do Reino Unido, levantou-se a questão: ele também informou as autoridades americanas sobre esse histórico?

"O uso de drogas é visto como uma possível violação das leis de imigração dos EUA e pode levantar preocupações sobre o caráter moral de um candidato e sua capacidade de aderir às leis e regulamentos dos EUA", diz Ingrid. 

Quando uma pessoa informa às autoridades migratórias que já usou algum tipo de droga, isso não resulta, obrigatoriamente, em ter o visto negado. A advogada afirma que cada caso é avaliado individualmente, levando em consideração as circunstâncias que envolvem o uso de drogas e os esforços de reabilitação do requerente.

A queixa da Heritage Foundation está apoiada na Lei de Liberdade de Informação, e, segundo seus integrantes, saber como foi o processo de visto de Harry é algo de "imenso interesse público”.

Se esse tipo de fraude é descoberta antes da emissão do visto, é possível que a entrada em território americano seja negada e a pessoa fique proibida de visitar o país por um período. Se o caso for descoberto depois da emissão do visto ou do green card, a permissão pode ser revogada e até ocorrer um processo de deportação. 

A advogada não acredita que Harry seja deportado mesmo que seja comprovado que ele mentiu para conseguir o visto de permanência no país.

"A decisão sobre a renovação ou manutenção de um visto cabe ao avaliador do caso. Porém não acredito que isso ocorra com Harry, tendo em vista que não é um dependente químico e não apresenta risco à saúde e segurança pública. Em contrapartida, ele é uma figura pública, casado com uma cidadã americana e traz benefícios financeiros aos EUA, é cumpridor das leis dentro dos EUA e é um alto pagador de impostos", afirma Ingrid.

Coroa do Estado Imperial usada pelo rei Charles 3º tem 2.868 diamantes

" gallery_id="645665a6416eb9553900011b" url_iframe_gallery="noticias.r7.com/internacional/entenda-se-o-principe-harry-pode-ser-deportado-dos-eua-por-assumir-ter-usado-drogas-no-passado-05062023"]