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Entenda temas internacionais tratados em indicados ao Oscar

Dois documentários retratam guerra da Síria, um evidencia as diferenças comerciais entre China e EUA e outro fala de crise ambiental

Internacional|Giovanna Orlando, do R7

Documentários no Oscar falam sobre guerra na Síria e EUA X China
Documentários no Oscar falam sobre guerra na Síria e EUA X China

Sobreviver em um campo de guerra, tentar salvar a vida de inocentes feridos em bombardeios, choque cultural, disputa comercial, impacto ambiental e defesa da democracia são os temas principais dos documentários escolhidos para disputar na categoria de Melhor Documentário do Oscar deste ano.

Dois dos indicados se passam na Síria, que vive uma das guerras civis mais cruéis e conhecidas do mundo, em que uma cidade, Alepo, se tornou campo de batalha entre o Estado Islâmico e uma coalizão internacional que tentava eliminá-lo.

Outro se passa dentro de uma fábrica de vidros automotivos nos Estados Unidos e mostra o choque entre chineses e americanos, que precisam trabalhar juntos apesar das diferenças culturais.

O favorito e vencedor de três prêmios em outro festival de cinema, o Sundance, se passa na Macedônia do Norte e conta a história de uma apicultora, mostrando o solitário e difícil trabalho para manter as abelhas, além de problemas locais.


Além deles, o brasileiro 'Democracia em vertigem' registra o processo de impeachment da presidenta Dilma Rousseff, abordando de forma particular questões bem brasileiras, mas que também refletem um momento de crises diversas na política ao redor do mundo.

Todos os documentários acabando tratando de assuntos presentes agora na pauta internacional, além de abordarem uma visão mais humana e pessoal para os problemas.


A guerra na Síria

Abordar a guerra da Síria em documentários não é um feito novo. A guerra começou em 2011, para tirar o presidente Bashar al-Assad, e evoluiu para uma série de conflitos que parecem não ter fim. Mesmo antes do começo do conflito armado, os sírios já reclamavam da falta de qualidade de vida no país, altos índices de desemprego e corrupção.

Os conflitos foram causados por rebeldes e forças do governo de Assad, acusados de prisões arbitrárias, tortura, abuso sexual e desaparecimento de pessoas, incluindo crianças. Para se defender e conseguir lutar, a população se armou e aí começou a guerra tão conhecida.


Nesse meio tempo, o Estado Islâmico também ganhava força e tentava conquistar territórios no Oriente Médio para instalar o seu califado. Com isso, a cidade de Alepo acabou se tornando um dos campos de batalha mais conhecidos.

A província mais populosa se tornou alvo do grupo terrorista e de rebeldes em 2012, em um conflito que se estendeu até meados de 2017 deixando centenas de milhares de mortos.

A guerra é até hoje apoiada por outros países. Ao lado do governo de Assad estão Rússia e Irã, enquanto os rebeldes têm ajuda dos Estados Unidos, Turquia e Arábia Saudita. A luta contra o Estado Islâmico também contou com a ajuda de uma coalizão internacional.

Com esse cenário, os documentários tentam mostrar a realidade de civis que tentam continuar a vida e a rotina em um campo de guerra.

Em For Sama, Waad Al-Kateab filma a rotina e a vida com o marido, Hamza Al-Kateab, um médico em um hospital em Alepo, quando os ataques começam e ela descobre que está grávida. O documentário é um duro relato sobre a vida e os ataques, com o hospital sendo bombardeado e uma mãe tentando explicar para a filha o porque eles tiveram que viver em um lugar tão perigoso.

Também se passando em um hospital, The Cave conta a história da médica Amani Ballour, uma pediatra. Como a superfície é feita de destroços e o que está de pé se torna alvo, ela trabalha em um hospital subterrâneo, onde cuida dos feridos pelos bombardeios sem equipamentos suficientes e da forma que pode.

A disputa entre EUA e China

Em American Factory, da Netflix, o foco é a relação entre funcionários americanos e chineses em uma fábrica de vidros automotivos em Dayton, em Ohio, nos Estados Unidos. No começo, os chineses criticam a “lerdeza” dos americanos e o fato que precisavam ensinar tudo a eles. Apesar das diferenças, os americanos acabam acolhendo os estrangeiros e mostram como as relações de trabalho podem se desenrolar com o tempo.

O crescimento e domínio econômico da China é algo que preocupa os Estados Unidos. O país asiático já ocupa o segundo lugar na lista de maiores economias do mundo, ameaçando o monopólio americano, o que gerou uma intensa guerra comercial entre os dois países.

Nesta semana, os dois conseguiram assinar um acordo depois de dois anos de negociações. Depois de sanções, aumento de taxas e diminuição de exportações e investimentos entre eles, os dois países sinalizam uma trégua e parceria para o desenvolvimento comercial, assim como no documentário.

O poder das abelhas

Já premiado em Sundance e com chances de levar a estatueta do Oscar também, Honeyland conta a história de Hatidze Muratova, a última apicultora da Macedônia do Norte (o país mudou recentemente de nome). No documentário são mostradas a história do cultivo das abelhas e comércio local.

A história dá ênfase na importância das abelhas, essenciais para polinização e desenvolvimento da natureza, mas ameaçadas pelos agrotóxicos e venenos jogados nas áreas rurais e perdendo espaço nas grandes cidades.

O documentário também dá espaço para discutir a presença da Europa nos acordos do meio ambiente. No ano passado, todas as reuniões e cúpulas internacionais tiveram discussões sobre desenvolvimento sustentável e políticas verdes em pauta, e a região também é palco da principal voz do movimento ambientalista no momento: a sueca Greta Thunberg.

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