Nuvem encobre Tonga depois que o vulcão Hunga Tonga-Hunga Ha'apai entrou em erupção
REUTERS - 15.01.2022A erupção vulcânica letal de janeiro em Tonga foi a mais forte já registrada com equipamentos modernos, informou uma equipe de cientistas nesta segunda-feira (21).
O vulcão Hunga Tonga-Hunga Ha'apai entrou em erupção debaixo da água com uma força equivalente a cem bombas atômicas e provocou um tsunâmi de 15 metros que destruiu casas e matou pelo menos três pessoas nesse reino do oceano Pacífico.
A onda atravessou o Pacífico, provocou a morte de duas pessoas no Peru, danificou cabos de comunicação submarina e isolou Tonga durante semanas do resto do mundo.
Um estudo do Instituto Nacional de Pesquisa Hídrica e Atmosférica da Nova Zelândia mostra que a erupção expeliu quase 10 quilômetros cúbicos de material (o equivalente a 2,6 milhões de piscinas olímpicas) e lançou escombros a mais de 40 quilômetros de altura, até a mesosfera.
"A erupção atingiu um recorde de altura, foi a primeira a alcançar a mesosfera [a camada acima da estratosfera]", afirmou o geólogo marinho Kevin Mackay.
A erupção do Hunga Tonga-Hunga Ha'apai pode ser equiparada à do vulcão Krakatoa, na Indonésia, que matou milhares de pessoas em 1883, antes da invenção de instrumentos modernos de medição. A diferença, destaca MacKay, é que este é "um vulcão debaixo da água".
O cientista explica que a coluna de fumaça expelida pelo vulcão continha quase 2 quilômetros cúbicos de partículas que permaneceram na atmosfera durante "meses, o que provocou deslumbrantes momentos de pôr do sol" na região do Pacífico até a Nova Zelândia.
A equipe também descobriu que a cratera do vulcão está agora 700 metros mais profunda do que antes da erupção.