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Esforços diplomáticos indicam possibilidade de desescalada da crise entre Rússia e Ucrânia

Líderes de países europeus se dedicaram nos últimos dias a tentar evitar um conflito armado no leste do continente

Internacional|Do R7

O francês Emmanuel Macron foi um dos líderes europeus que visitaram a Ucrânia e a Rússia nos últimos dias
O francês Emmanuel Macron foi um dos líderes europeus que visitaram a Ucrânia e a Rússia nos últimos dias

A esperança de evitar uma guerra na Ucrânia aumentou nesta quarta-feira (9) após os esforços diplomáticos dos últimos dias, que criaram "possibilidades reais" de uma desescalada da crise entre Kiev e Moscou, segundo as autoridades ucranianas, e deram "sinais positivos", segundo o Kremlin.

"Hoje há possibilidades reais de um acordo diplomático", declarou o chefe da diplomacia ucraniana, Dmytro Kuleba, para quem a situação está "tensa, mas controlada".

As ameaças de sanções "sem precedentes" no caso de um ataque por parte da Rússia, assim como o diálogo intenso dos últimos dias, poderiam afastar o fantasma da guerra na Europa, segundo o governo ucraniano.

O chanceler alemão, Olaf Scholz, também elogiou nesta quarta-feira o "progresso" alcançado após os inúmeros diálogos diplomáticos entre a Rússia e os países ocidentais. "A missão é garantir a segurança na Europa, e acredito que conseguiremos", acrescentou.


A França também comemorou o fato de a viagem do presidente francês, Emmanuel Macron, a Moscou, Kiev e Berlim ter alcançado seu "objetivo" e permitir "avançar" para diminuir a tensão, avaliou nesta quarta a Presidência francesa.

"Houve sinais positivos de que uma solução para a Ucrânia poderia se basear apenas no cumprimento dos acordos de Minsk", disse o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, em referência aos acordos assinados em 2015, depois que a Rússia anexou a Crimeia.


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Peskov observou, porém, que não houve uma indicação por parte do presidente ucraniano, Volodimir Zelenski, de que está disposto a resolver a questão "rapidamente".

A Rússia, que teve a visita de Macron na segunda-feira (7), se prepara para receber por dois dias a chefe da diplomacia britânica, Liz Truss. E o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, viaja para a Polônia, aonde tem previsto enviar mais soldados.


Neste cenário, Scholz está cada vez mais envolvido, como forma de responder às críticas das últimas semanas por sua discrição e suposta complacência com Moscou.

Depois de receber a chefe de governo da Dinamarca, Mette Frederiksen, na tarde desta quarta-feira, o chanceler alemão se reunirá na quinta-feira com os líderes dos países bálticos, vizinhos da Rússia.

Apesar do anúncio do envio de 350 soldados alemães adicionais à Lituânia como parte de uma missão da Otan, a relutância de Berlim a permitir que a Estônia entregue armas alemãs a Kiev criou divergências nas últimas semanas.

Após sua visita a Washington na segunda-feira para tranquilizar o governo americano sobre a confiabilidade da Alemanha, e depois da reunião em Berlim na terça-feira com os presidentes da França e da Polônia, Scholz caminha na corda bamba entre as expectativas de seus sócios ocidentais e a dependência da Alemanha do gás russo.

O nível das reservas de gás na Alemanha caiu para um nível preocupante, abaixo do limite crítico de 40%, anunciou o governo nesta quarta.

O ponto culminante dessa atividade diplomática é a aguardada visita que Scholz fará a Putin em 15 de fevereiro, a primeira desde sua eleição para a chancelaria, no começo de dezembro.

A sombra do gasoduto Nord Stream 2, que liga a Rússia à Alemanha e ainda depende de certificação, continua a pairar sobre as relações entre os dois países.

O chanceler alemão afirmou a um grupo de senadores americanos que o gasoduto não seguiria adiante se a Rússia invadir a Ucrânia, afirmou o líder republicano no Senado, Mitch McConnell.

Scholz, cujo Partido Social Democrata apoia a obra faraônica e cujo mentor, o ex-chanceler Gerhard Schröder, figura na lista de candidatos ao conselho de administração do grupo russo Gazprom, não foi tão explícito na entrevista coletiva com o presidente americano, Joe Biden. Ele se limitou a afirmar que Washington e Berlim adotariam as "mesmas medidas" em caso de invasão russa.

No entanto, permanece a dúvida sobre as verdadeiras intenções de Putin, que na segunda-feira não disse nada sobre as tropas russas concentradas na fronteira com a Ucrânia.

Segundo a vice-ministra ucraniana da Defesa, Ganna Malyar, essa concentração de forças não está preparada para um ataque.

"Não vemos a instalação das infraestruturas necessárias para uma escalada iminente", disse à imprensa em Avdiivka, na linha de frente. A Rússia recorre a isso para fazer "pressão política e chantagem", acrescentou.

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