Espanha obrigará instalação de câmeras em matadouros para evitar maus-tratos contra animais
Medida é novidade na União Europeia e foi aprovada como decreto-lei real, o que acelera o processo legislativo
Internacional|Do R7
A Espanha forçará todos os matadouros do país a instalarem sistemas de vídeo para monitorar o tratamento aos animais. O governo fez o anúncio nesta terça-feira (23) e assegurou ser uma novidade na União Europeia.
"Somos o primeiro país da União Europeia que contará com um sistema de videovigilância obrigatório nos matadouros", informou o Ministério do Consumidor do governo de Pedro Sánchez através do Twitter.
A medida foi aprovada durante a reunião semanal do executivo, a primeira após as férias de verão, como decreto-lei real, o que acelera o processo legislativo.
"Trata-se de uma norma que coloca a Espanha na liderança desse assunto, e que, além de garantir o bem-estar dos animais durante sua permanência nos matadouros, também melhora as garantias de segurança alimentar para os consumidores", comemorou o ministro espanhol do Consumo, Alberto Gazón.
O decreto real "foi acordado com o setor, foi discutido com o setor", detalhou a porta-voz do executivo, Isabel Rodríguez, em uma coletiva de imprensa.
Guillermo Moreno, diretor executivo da Equalia, uma ONG que fez campanha a favor da medida, saudou sua adoção, estimando que "é um primeiro passo necessário e importante para elevar os padrões de bem-estar animal nos matadouros", disse à AFP.
Segundo Moreno, a Espanha se junta a Inglaterra, Israel e Escócia na implementação desse sistema.
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O Ministério do Consumo especificou em comunicado que as câmeras deverão cobrir "as instalações onde os animais vivos são encontrados, incluindo as áreas de descarga, os corredores da condução" e as zonas onde os animais são atordoados e sangram até a morte.
Os responsáveis dos matadouros deverão guardar as imagens para posteriores verificações feitas por autoridades.
Os "grandes matadouros terão o prazo de um ano para se adaptarem à nova regulamentação, e os pequenos dois", disse o ministério.