Espanha: polícia desarticula rede internacional de tráfico de pessoas
Grupo criminoso transportava centenas de migrantes através dos Bálcãs para a União Europeia em condições desumanas
Internacional|Do R7, com Reuters
A polícia espanhola desarticulou uma gangue que transportava centenas de migrantes através dos Bálcãs para a União Europeia em condições desumanas em caminhões, informaram as autoridades nesta quarta-feira (4).
"A investigação se concentrou nas atividades de uma organização espanhola dedicada ao tráfico de cidadãos paquistaneses para o espaço Schengen", disse à Reutes, Francisco Davila Gutierrez, chefe da unidade de imigração ilegal da força policial nacional da Espanha.
Imagens policiais mostraram como 77 pessoas, incluindo quatro crianças, foram amontoadas em um compartimento de carga de um pequeno caminhão interceptado na fronteira entre a Bósnia e a Croácia.
"Esses veículos transportaram adultos e crianças em situações de risco de vida, em caminhões superlotados e em alta velocidade nas rodovias europeias", disse o representante da Europol, Marius Cristian Roman, em uma entrevista coletiva.
A investigação do grupo criminoso envolveu agências em sete países. O líder da gangue foi preso na Romênia e transferido para a Espanha, enquanto outas 15 pessoas foram presas como resultado da operação, 12 delas também em território espanhol.
A partir de um campo de refugiados da Bósnia, a gangue escoltava os migrantes a pé pela fronteira montanhosa com a Croácia, onde seguiam em caminhões até a Eslovênia ou a Itália, depois eram transferidos para outros países.
Leia também
A polícia foi alertada pela primeira sobre o grupo, que cobrava entre 3 mil e 8 mil euros (R$ 19.350 - R$ 51.600) por viagem, em 2020, quando um motorista espanhol foi preso na Eslovênia com 53 imigrantes paquistaneses escondidos em seu caminhão.
As autoridades estimam que o grupo ganhou pelo menos 2 milhões de euros (R$ 12,9 milhões) com o contrabando de cerca de 400 pessoas para a União Europeia nos últimos meses. Entretanto, afirmam que o total pode ser muito maior, já que o grupo operou por anos sem ser detectado.