Há 11 dias, a Espanha acompanha atentamente o resgate do menino Julen Roseló, de dois anos, que caiu em um poço na pequena cidade de Totalán, em Málaga, no sul do país. A cada segundo o resgate se torna mais complicado e mais difícil de ser executado. Os bombeiros que estão trabalhando no caso acreditam que faltam algumas horas para que eles consigam chegar até o local onde se acredita que o garoto esteja.Dificuldades para o resgate A cavidade onde Julen caiu tem apenas 25 cm de diâmetro e 110 metros de profundidade. Desde o início, os bombeiros se deram conta que fazer o resgate pelo mesmo local onde o garoto tinha caído seria impossível e começaram a pensar em outras possibilidades. Inicialmente, eles planejaram usar uma escavadeira, porém os testes mostraram que essa não era uma opção viável. Eles cogitaram depois fazer dois túneis paralelos ao que o garoto está, mas notaram que essa ideia demandaria muito tempo até que por fim, decidiram fazer uma única escavação.O túnel paralelo já foi concluído e teve suas paredes reforçadas para que a brigada de salvamento pudesse trabalhar no subsolo com segurança. Barreira de areia Quando tentaram contatar Julen com um celular e depois com uma câmera robótica especializada, os bombeiros notaram que há uma barreira de terra que impede a chegada direta até a criança. Além disso, o terreno onde o poço está localizado é muito irregular. Durante a perfuração, por exemplo, os escavadores deram de cara com diversos materiais rochosos difíceis de serem removidos ou perfurados, o que atrasou o resgate.Investigação do caso Já se sabe que o poço foi perfurado ilegalmente por um funcionário do sítio onde o garoto brincava. Um tribunal da região já está investigando essa informação, que deverá ser crucial no processo. Enquanto isso, o depoimento do pai, que estava no local quando o menino caiu, continua sendo essencial para o resgate. Segundo José Roselló, a família estava se preparando para uma celebração que aconteceria no sítio. José fazia uma paella, enquanto sua esposa, Victoria Garcia, ligava ao trabalho para avisar que não iria cumprir expediente naquele domingo (13). "Ela estava com Julen e ela me pediu para ficar de olho nele enquanto ela ligava. O garoto estava a quatro ou cinco metros de distância. Fui pegar uns baús e o menino correu", afirmou ao canal espanhol SUR. "Meu primo, que estava mais perto, foi atrás dele e começou a gritar 'o menino, o menino!', temendo que ele tropeçasse", diz ele. Os pais da criança, o proprietário do sítio e o funcionário que escavou o poço há cerca de um mês já foram ouvidos pela Justiça.