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Especialista diz que reconciliação entre príncipe Harry e família real é 'quase impossível'

Após série documental ao lado da esposa, Meghan Markle, duque de Sussex lançou livro no qual conta intimidade da monarquia

Internacional|Do R7

William e Harry têm relação conflituosa, destacada na autobiografia do duque de Sussex
William e Harry têm relação conflituosa, destacada na autobiografia do duque de Sussex

O príncipe Harry nega ter tido a intenção de prejudicar a família real britânica ao publicar a autobiografia O que Sobra, mas uma reconciliação parece quase impossível depois que o príncipe fez um retrato crítico do entorno, acertando contas de mais de duas décadas.

"Gostaria de me reencontrar com meu pai. Gostaria de me reencontrar com meu irmão", insistiu em uma entrevista com a rede britânica ITV antes do lançamento, na última terça-feira (10), do próprio livro de memórias, afirmando que está "100%" convencido de que a reconciliação é possível.

Mas ninguém saiu ileso de seu livro. Nem o pai, o rei Charles 3º, nem o irmão, alvo das piores críticas, nem a rainha consorte Camilla ou mesmo a cunhada, Kate Middleton. Nem mesmo ele próprio, que expôs, sem o menor pudor, relatos da juventude marcada pelo uso de drogas e álcool.

Harry conta que o pai não o abraçou quando lhe contou sobre a morte da mãe, Diana — quando ele tinha 12 anos —, deixando-o sozinho no quarto.


William — herdeiro do trono —, a quem descreveu como "irmão amado e inimigo declarado", concentra as críticas em um relato que o descreve como um homem temperamental e que nunca gostou da esposa de Harry, a ex-atriz americana Meghan Markle.

Segundo Harry, William a considerava "grosseira" e "ríspida" e em uma discussão entre eles em 2019 o sacudiu e o fez cair na tigela do cachorro. O príncipe descreve uma grande rivalidade com William, o herdeiro, e ele, o "sobressalente".


"Eu era a sombra, o substituto, o plano B", contou.

Ele também acusou a madrasta, Camilla, que durante anos foi demonizada pelos jornais britânicos, mas que agora é popular, de ter sustentado uma "campanha pela condição de esposa e, finalmente, pela coroa" por anos.


No livro, Harry revela alguns segredos menores, mas outros de grosso calibre.

O duque de Sussex conta que no primeiro encontro com Meghan, a rainha Elizabeth 2ª perguntou a ela qual a opinião da americana sobre Donald Trump, então candidato à Casa Branca. Aparentemente, Meghan deu de ombros.

Harry também revela que soube da morte de Elizabeth 2ª pela página da BBC, quando viajava sozinho para a Escócia, já que não foi informado pela família, que viajou em aviões particulares para estar no leito de morte da monarca.

Uma "lacuna" familiar

Ante a coroação do rei Charles 3º, em 6 de maio, "sinceramente não acredito" que uma reconciliação seja possível, disse à AFP Pauline Maclaran, professora da Royal Holloway University e autora de um livro sobre a monarquia.

"Eu realmente não vejo como isso pode acontecer, com tantas coisas claramente ofensivas a seus familiares, com detalhes pessoais", acrescentou.

"Se havia empatia e compaixão, uma ideia que supostamente estaria por trás da Archewell (fundação criada por Harry e Meghan), se perderam no meio do caminho", acrescentou a especialista.

Harry reconheceu que não fala com o irmão ou o pai "há algum tempo" e descartou que voltará a trabalhar para a família real. Ele também não confirmou se comparecerá à coroação de Charles 3º.

"A lacuna não poderia ser maior antes deste livro", escreveu o príncipe.

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A lista de agradecimentos ocupa duas páginas inteiras e não deixa espaço para os membros da família real, destacando o trabalho dos "profissionais, médicos especialistas e instrutores" que permitiram que ele permanecesse forte "mental e fisicamente".

Isso fez com que "fontes próximas à família real" dissessem ao jornal The Independent que, para o rei, Camilla e William, a situação não pode melhorar, já que Harry foi "sequestrado pela seita da psicoterapia e por Meghan".

O jornal The Sun afirmou que o príncipe cruzou "uma linha vermelha" ao atacar Camila.

O Palácio de Buckingham respondeu com um frio silêncio à publicação dessas memórias, assim como à transmissão de um documentário altamente crítico sobre a instituição no mês passado em uma rede de streaming.

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