Estado de saúde do deputado argentino baleado é grave
Câmeras de segurança mostraram a ação dos atiradores, e o governo acredita que o alvo principal do ataque era o assessor, e não o deputado
Internacional|Da EFE
O deputado governista argentino Héctor Olivares, da União Cívica Radical (UCR), está em estado grave no Hospital Ramos Mejía após ter sido baleado junto com um assessor, que morreu no ataque a tiros ocorrido em plena praça do Congresso, em Buenos Aires.
Segundo fontes oficiais, Olivares e o assessor Miguel Marcelo Yadón foram baleados quando caminhavam pelo local por dois homens que estavam em um veículo estacionado atrás de um ônibus na praça.
O carro já foi encontrado, mas os dois homens seguem foragidos.
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Yadon morreu no hospital. Olivares chegou em estado crítico e foi operado de forma emergencial. O subdiretor do Hospital Ramos Mejía, Pablo Rossini, disse que o deputado ainda corre risco de morrer.
Agentes da polícia de Buenos Aires e da Polícia Federal estão na praça do Congresso para investigar o crime. Câmeras de segurança mostraram a ação dos atiradores, e o governo da Argentina acredita que o alvo principal do ataque era o assessor, e não o deputado.
O crime consternou o país e gerou revolta entre as principais figuras políticas argentinas. A UCR faz parte da frente Mudemos, liderada pelo presidente Mauricio Macri.
"Claramente, os disparos foram feitos de um carro. Isso não foi uma tentativa de roubo, foi um atentado. Eles (os criminosos) devem ter estudado os movimentos (do deputado)", explicou em entrevista à emissora "Todo Noticias" a senadora Inés Brizuela y Doria, também eleita pela província de La Rioja, a mesma de Olivares.
Ontem, Olivares tinha participado de uma reunião conjunta das comissões de Legislação Penal e de Esportes do Congresso para avaliar uma lei que quer criminalizar torcedores violentos que frequentam os estádios do país, os chamados "barras-bravas".
A senadora por La Rioja disse ter ficado "profundamente comovida" com a morte de Yadón. Segundo ela, Olivares fazia caminhadas diariamente e permaneceu hoje em Buenos Aires para cumprir as obrigações legislativas. Ele voltaria para casa amanhã.
Deputado desde 2014 pela UCR, um dos três partidos que integram a coalizão governante Mudemos, Olivares também era presidente da Comissão de Transportes e integrava a de Agricultura.
"Quero crer que foi um erro. Ele é uma pessoa de bem, um produtor agropecuário, um homem de família. Não há nenhum motivo", disse o ex-ministro da Defesa e atual senador por La Rioja, Julio Martínez, que revelou ter conversado ontem com Olivares.
Os moradores da região foram pegos de surpresa com a notícia e mostraram preocupação com o crime.
"Em 50 anos que vivo aqui, isso nunca aconteceu, assim de manhã, com a tranquilidade que há na democracia, nunca", disse em entrevista à Agência Efe uma moradora.
"Estou muito surpreso e também preocupado com o que ocorreu porque não é algo comum o que ocorreu nem em Buenos Aires e nem na Argentina", afirmou Juan, que trabalha nos arredores do Congresso.