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Etíope encontra família na Eritreia após 18 anos separados

Addisalem Hadgu foi uma das pessoas a voar para Asmara no primeiro vôo direto entre Etiópia e Eritreia desde 1998

Internacional|Carolina Vilela* do R7, com Reuters

Na Etiópia, Addisalem ficou 18 anos sem ter notícias da mulher e das filhas, que viviam na Eritreia
Na Etiópia, Addisalem ficou 18 anos sem ter notícias da mulher e das filhas, que viviam na Eritreia

Um jornalista etíope abraçou sua esposa e filhas pela primeira vez em 18 anos, na quinta-feira (19), depois de ser recebido em Asmara, na Eritreia, sob aplausos.

Quando a Etiópia e a Eritreia entraram em guerra, em 1998, e começaram as deportações em massa, Addisalem Hadgu achou que não tinha nada com que se preocupar, seguro de que seu passaporte etíope protegeria sua esposa, da Eritreia, da expulsão.

Dois anos depois, quando o conflito começou em trincheiras ao longo da fronteira comum, sua esposa, Nitslal Abraha, desapareceu misteriosamente junto com suas duas filhas. Addisalem, um jornalista da TV estatal da Etiópia, iniciou uma busca frenética pela mulher.

Um vizinho o abordou vários dias depois e entregou-lhe uma carta de Nitslal, onde ela disse que havia partido para a Eritreia com Azmera e Danayt, que na época eram adolescentes.


A carta não explicava suas razões, mas Addisalem suspeitava que ela, como milhões de outras pessoas em ambos os lados do conflito, havia sido deportada pelo patriotismo e nacionalismo que engoliu ambos os países à medida que a guerra aumentava.

Eles passaram 18 anos sem se comunicar. Todos os telefones e serviços postais entre os dois países foram cortados desde o início do conflito.


No mês de julho, a reunião da família tornou-se possível quando os dois governos — inimigos amargos por quase duas décadas, apesar de terem concordado com um cessar-fogo em 2000 — assinaram um acordo de paz que encerrou uma geração de hostilidade em questão de dias.

Depois que o presidente da Eritreia, Isaias Afwerki, e o primeiro-ministro etíope Abiy Ahmed apertaram as mãos, se abraçaram e prometeram restabelecer os laços, Addisalem estava entre os mais de 400 passageiros que voaram para Asmara no primeiro vôo direto entre os vizinhos desde 1998, na quarta-feira. Veja fotos.


Addisalem disse que ver sua família novamente e conhecer seu neto "é como ganhar na loteria sem comprar um bilhete".

*Estagiária do R7 sob supervisão de Cristina Charão

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