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EUA advertem que Coreia do Norte pode ter mais armas 'em reserva'

Último míssil testado chegou mais alto e mais longe que qualquer projétil norte-coreano e foi acompanhado de perto por Kim Jong-un

Internacional|Do R7

Último teste de míssil intercontinental foi acompanhado por Kim Jong-un
Último teste de míssil intercontinental foi acompanhado por Kim Jong-un

Os Estados Unidos advertiram na sexta-feira (25) que a Coreia do Norte pode ter "outras coisas em reserva", após o lançamento de um novo míssil balístico intercontinental, com o qual o regime norte-coreano se considera preparado para "um confronto a longo prazo" com a potência americana.

Pyongyang lançou na quinta-feira (24), pela primeira vez desde 2017, um míssil intercontinental de pleno alcance, que chegou mais alto e mais longe do que qualquer projétil previamente testado pelo país, que tem capacidade nuclear.

O teste do "novo tipo de míssil balístico intercontinental", o Hwasong-17, foi realizado sob a "orientação direta" do líder Kim Jong-un, informou a agência oficial de notícias KCNA.

O lançamento faz parte da estratégia de "provocação desenvolvida nos últimos meses e que vai continuar. Acreditamos que há, provavelmente, outras coisas em reserva", afirmou o conselheiro americano de Segurança Nacional, Jake Sullivan.


Os Estados Unidos pediram ao Conselho de Segurança da ONU uma "resolução para atualizar e fortalecer o regime de sanções" contra Pyongyang, já sujeita a importantes punições pelo desenvolvimento de seu programa nuclear e de mísseis.

Moscou e Pequim descartaram qualquer passo nesse sentido, e o embaixador chinês na Casa, Zhang Jun, defendeu, inclusive, um "alívio oportuno das sanções". Com isso, Washington teve de se conformar com um comunicado que condena o lançamento emitido por 15 países.


O Hwasong-17 é um míssil balístico intercontinental (ICBM, na sigla em inglês) gigantesco exibido pela primeira vez em um desfile em outubro de 2020 e definido como um "míssil monstro" por analistas.

Kim afirmou que a nova arma "desempenhará sua missão como uma poderosa dissuasão ante uma guerra nuclear" e "tornará o mundo claramente consciente do poder das Forças Armadas estratégicas do país", segundo declarações compiladas pela KCNA.


O líder norte-coreano garantiu que o país está "totalmente preparado para um confronto de longo prazo com os imperialistas americanos".

Este primeiro teste provocou indignação entre os países vizinhos e o governo dos Estados Unidos. Esse último decretou novas sanções contra entidades e indivíduos na Coreia do Norte e na Rússia, acusados de "transferirem artigos sensíveis para o programa de mísseis" de Pyongyang.

Supervisão de Kim

A mídia estatal exibiu imagens de Kim caminhando na pista do aeroporto, em frente ao longo míssil, e celebrando com outras autoridades o lançamento.

Os militares sul-coreanos estimaram que o míssil, lançado do aeroporto internacional de Pyongyang, alcançou 6.248,5 km, muito mais do que o último ICBM, o Hwasong-15, que a Coreia do Norte testou em novembro de 2017.

O Japão afirmou que o míssil caiu dentro de sua zona marítima econômica exclusiva.

O Exército da Coreia do Sul calculou o alcance do míssil em 6.200 quilômetros, muito além da estimativa para o Hwasong-15, testado em outubro de 2017 por Pyongyang.

"A Coreia do Norte fez um progresso qualitativo importante", declarou à AFP o analista de segurança Ankit Panda.

"Os norte-coreanos estão no limiar de aumentar significativamente a ameaça aos Estados Unidos", advertiu, acrescentando que este ICBM pode transportar várias ogivas e burlar, com mais facilidade, os sistemas de defesa antimísseis.

O G7, a União Europeia e a ONU denunciaram que o teste viola as resoluções do Conselho de Segurança.

Ruptura da moratória

Apesar das sanções internacionais mais severas por seu programa armamentista e nuclear, a Coreia do Norte executou uma dezena de testes desde o início do ano.

Pyongyang suspendeu oficialmente os testes de longo alcance durante o período em que o dirigente Kim Jong-un participou de negociações de alto nível com Donald Trump, o então presidente dos Estados Unidos. As tentativas de diálogo naufragaram em 2019, porém, e estão paralisadas desde então.

Na semana passada, a Coreia do Sul relatou um teste fracassado no mesmo aeroporto de Pyongyang: o projétil teria explodido no céu da capital. Analistas afirmaram que era o Hwasong-17.

A KCNA informou que o teste mais recente demonstrou que a arma atende aos "requisitos de design" e pode ser usada "em tempos de guerra".

"Este teste parece 'compensar' o lançamento frustrado da semana passada", disse à AFP Soo Kim, analista da Rand Corporation e ex-funcionária da Agência Central de Inteligência americana (CIA, na sigla em inglês).

"O regime parece bastante satisfeito com o resultado", completou.

Os avanços acontecem às vésperas do 110º aniversário do nascimento de Kim Il-sung, fundador da Coreia do Norte e avô do atual líder, em 15 de abril. O regime costuma usar esse tipo de data para demonstrar sua capacidade militar.

Também ocorrem em um momento de instabilidade internacional e regional, consequência do conflito na Ucrânia e do período de transição na Coreia do Sul até a posse do presidente recém-eleito, Yoon Suk-yeol, em maio.

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