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EUA: Câmara denunciará ex-chefe de gabinete de Trump por desacato

Mark Meadows se recusou a testemunhar perante o comitê que investiga o ataque de 6 de janeiro ao Capitólio

Internacional|Do R7

Mark Meadows, então chefe de gabinete de Trump, chega para um comício na Pensilvânia
Mark Meadows, então chefe de gabinete de Trump, chega para um comício na Pensilvânia

A Câmara dos Representantes dos Estados Unidos recomendou na última terça-feira (14) a apresentação de acusações penais por desacato contra Mark Meadows, ex-chefe de gabinete do ex-presidente Donald Trump, por se recusar a testemunhar perante o comitê que investiga o ataque de 6 de janeiro ao Capitólio.

Após a decisão, os promotores federais terão que decidir se indiciarão ou não Meadows, que está perto de se tornar o primeiro chefe de gabinete da Casa Branca a ser processado após deixar o cargo desde H.R. Haldeman, no contexto do escândalo de Watergate há quase 50 anos.

"Demos a Mark Meadows todas as oportunidades para cooperar. Ele se meteu nesta situação", disse em um comunicado o comitê da Câmara de Representantes que investiga os fatos de 6 de janeiro.

O comitê investiga os esforços de Trump por reverter os resultados das eleições presidenciais de 2020, nas quais foi derrotado por Joe Biden, através de uma campanha que acabou com a invasão de seus apoiadores ao Capitólio, e se Meadows e outros o ajudaram.


Meadows, que foi congressista antes de ingressar na equipe de Trump em 2020, se recusa a cumprir uma intimação para comparecer perante o comitê da Câmara que investiga o ataque ao Capitólio, citando um "privilégio executivo" do ex-presidente Trump.

Essa defesa, que em teoria só se aplica a presidentes em exercício que buscam manter conversas delicadas com seus assessores em sigilo, já foi rejeitada por uma corte federal de apelações.


E o comitê, que votou na noite de segunda-feira (13) para seguir adiante no caso de desacato, diz que está buscando respostas sobre mensagens de texto e outras comunicações que Meadows já reconheceu não serem privilegiadas.

Os investigadores afirmam que Meadows não pode invocar o direito de permanecer calado, já que o ex-congressista conservador publicou um livro de memórias na semana passada em que menciona eventos ocorridos em 6 de janeiro e conversas com Trump.


Ele também falou diversas vezes sobre o ataque em aparições no horário nobre na rede de televisão Fox News.

"Suprema violação do dever"

Durante a audiência de segunda-feira, Cheney leu mensagens enviadas freneticamente a Meadows durante o ataque por parte de âncoras da Fox News e também pelo filho do presidente, Donald Trump Jr.

Cada um deles implorou a Meadows, sem sucesso, para que Trump pedisse que seus apoiadores parassem com a violência.

"Precisamos de uma diretriz do Salão Oval. Ele tem que liderar agora. Isso foi longe demais e saiu do controle", disse Trump Jr. a Meadows.

As mensagens deixavam claro que, ao contrário do que afirmavam desde 6 de janeiro, integrantes do círculo íntimo do ex-presidente ficaram alarmados com a violência e sabiam que se tratava de um desastre político e uma catástrofe para o país.

"É decepcionante e infelizmente não é surpreendente que algumas das mesmas pessoas que estavam dispostas a advertir, condenar e expressar seu horror no privado pelo ocorrido em 6 de janeiro estivessem totalmente em silêncio (...) ou, pior ainda, divulgassem mentiras e teorias da conspiração", disse a jornalistas Jen Psaki, porta-voz de Biden.

Cheney descreveu os textos como uma evidência da "suprema violação do dever" de Trump durante seus 187 minutos de inação durante o ataque ao Capitólio.

Além disso, disse que o testemunho de Meadows deveria abordar "outra questão-chave" para o comitê: "se Donald Trump, por ato ou omissão, de forma corrupta tentou obstruir ou impedir o processo oficial do Congresso para contar os votos eleitorais".

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Em um novo sinal de que o cerco se fecha sobre pessoas acusadas de participarem da invasão ao Capitólio, o procurador-geral democrata da cidade de Washington apresentou um processo civil, nesta terça-feira, contra dois grupos de extrema direita, os Proud Boyd e os Oath Keepers, pelo seu papel na violência.

No entanto, o caso de Meadows é um assunto federal e o nativo da Flórida de 62 anos pode enfrentar acusações criminais se a Câmara encaminhar ao Departamento da Justiça a recomendação de processá-lo e o departamento aceitar o caso.

O Departamento de Justiça acusou o ex-estrategista da Casa Branca Steve Bannon de desacato ao Congresso menos de um mês depois de a Câmara votar para encaminhar seu caso à justiça.

No entanto, a decisão de Meadows pode ser menos direta do que o caso de Bannon, que não trabalhava para a administração Trump na época da insurreição.

O advogado de Meadows, George Terwilliger, disse em um comunicado que a recusa de seu cliente em cooperar não significa falta de cooperação, mas uma tentativa de "honrar" as reivindicações de privilégio de Trump.

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