EUA exigem Talibã comprometido com paz no Afeganistão
Pompeo lembrou que autoridades americanas e talibãs estavam perto de chegar a um acordo, mas os insurgentes não demonstraram interesse
Internacional|Da EFE
O secretário de Estado dos Estados Unidos, Mike Pompeo, exigiu dos talibãs, nesta segunda-feira (3), um compromisso demonstrável na redução da violência, como o objetivo de promover a paz no Afeganistão.
"O que estamos exigindo agora (do Talibã) é uma prova demonstrável da vontade e de sua capacidade de reduzir a violência, reduzir a ameaça, para que os diálogos de paz afegãos possam ocorrer em um contexto menos violento", disse Pompeo, durante entrevista coletiva em Tashkent, capital do Uzbequistão, ao lado do ministro das Relações Exteriores uzbeque, Abdulaziz Kamilov.
De acordo com declarações publicadas pelo Departamento de Estado, Pompeo lembrou que anteriormente as autoridades americanas e o talibãs estavam perto de chegar a um acordo, mas que os insurgentes "não demonstraram nem vontade, nem capacidade, ou ambas" de reduzir a violência no Afeganistão.
O secretário de Estado enfatizou que, no final, caberá aos próprios afegãos trazer "paz e estabilidade" ao país da Ásia Central.
Leia também
O enviado dos EUA para a reconciliação afegã, Zalmay Khalilzad, alertou no sábado, após uma reunião com o presidente afegão Ashraf Ghani, que Washington está aguardando uma resposta clara do Talibã sobre um cessar-fogo ou uma redução duradoura da violência para que as negociações de paz possam avançar.
Khalilzad constatou que durante as conversas recentes não houve "progresso significativo", uma vez que os EUA estão pedindo um cessar-fogo, enquanto o grupo insurgente já avisou que "não tinha intenção" de ceder a esse pedido.
Por sua vez, o chanceler uzbeque disse que seu país está "ativamente envolvido no processo afegão, o processo de reconciliação pacífica", já que isso afeta os interesses nacionais e de segurança de seu país.
Nesse sentido, Abdulaziz Kamilov comemorou a política de Washington no Afeganistão, pois "apesar de todos os comentários, por muitos anos a presença americana tem sido um fator estabilizador da situação" no país da Ásia Central.
"Os Estados Unidos estão fazendo a coisa certa e vamos coordenar nossos esforços com o único objetivo de garantir a segurança regional e cumprir nosso papel no processo de paz no Afeganistão", acrescentou.
Ajuda milionária
Nesse contexto, Pompeo informou que os EUA forneceriam US$ 1 milhão ao Uzbequistão para promover o desenvolvimento das relações com o Afeganistão e fortalecer a segurança em nível regional.
"As relações mais estreitas entre o Uzbequistão e o Afeganistão fortalecerão a paz e o desenvolvimento não apenas aqui e no Afeganistão, mas em toda a Ásia Central", disse.
Hoje, os ministros das Relações Exteriores dos países da Ásia Central (Cazaquistão, Quirguistão, Tajiquistão, Turquemenistão e Uzbequistão) se encontraram com Pompeo no formato "C5+1", onde abordaram a situação no Afeganistão, questões de segurança e cooperação regional.
O formato "C5+1" foi criado em novembro de 2015 para abordar preocupações comuns de segurança e ecologia, melhorar o comércio nessa região e facilitar o comércio e o investimento dos EUA na Ásia Central.
A visita de Mike Pompeo ao Uzbequistão faz parte de uma viagem que também incluiu o Reino Unido, Ucrânia, Bielorrússia e Cazaquistão.