EUA: imigrantes trocam alegria por preocupação em 4 de julho
Governo Trump anunciou blitze e batidas policiais, o que faz com que alguns decidam não sair de casa por medo de serem levados pela Imigração
Internacional|Da EFE
Centenas de imigrantes do estado do Arizona optaram neste 4 de julho, quando é comemorado o Dia da Independência dos Estados Unidos, por ficar em casa em vez de ir às ruas para comemorar a data, que deveria ser um tributo à liberdade.
O motivo da preocupação dos imigrantes é o anúncio de batidas policiais pelo presidente Donald Trump e de blitze regulamentares por parte do Serviço de Imigração dos EUA.
"Há muitas pessoas que têm medo de sair e têm planos de dar um passeio, mas vão ficar em casa por medo da Imigração e da separação das famílias", disse à Agência Efe a imigrante mexicana Sofia Martínez.
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Mãe de três filhos e moradora do subúrbio latino de Maryvale, em Phoenix (Arizona), Martínez afirmou que o temor entre os vizinhos é generalizado e que ninguém esquece das batidas regulares que eram realizadas pelo ex-xerife Joe Arpaio.
"Era assim na época de Arpaio. Montavam blitze para BDI (Dirigir Sob a Influência do Álcool), mas na verdade eram para confiscar imigrantes ilegais. Foi espantoso, e isso vai voltar a acontecer agora nestes tempos de racismo", previu.
Trump anunciou em 1º de julho as operações contra imigrantes ilegais e explicou que os agentes do Serviço de Imigração e Alfândegas (ICE) "irão detê-los e levá-los de volta (a seus países de origem)".
Rosa Pastrana, líder e ativista do bairro de Maryvale, afirmou à Efe que a maior parte dos bairros latinos foi afetada e que as pessoas estão assustadas com as medidas anunciadas pela Casa Branca, que afirmou que as batidas já começaram de forma "discreta".
"Os moradores de Avondale, na maioria imigrantes que vivem em trailers, já estão sofrendo com as anunciadas batidas. Eles (agentes) chegam e batem na sua porta e levam as pessoas embora", contou.
Para estas mães mexicanas e outros milhares de imigrantes em Estado Unidos, este 4 de julho não será festivo.
"Em vez de festejar a liberdade, as pessoas passarão este dia com medo, assim como seus filhos, que têm os mesmos direitos de estar neste país de imigrantes", afirmou Martínez.