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EUA justificam tarifaço contra o Brasil por preocupações com ‘censura’ e ‘direitos humanos’

Falas ocorrem um dia antes da reunião entre o chanceler Mauro Vieira e o secretário de Estado dos EUA, Marco Rúbio

Internacional|Rafaela Soares, do R7, em Brasília

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LEIA AQUI O RESUMO DA NOTÍCIA

  • EUA justificam tarifas contra produtos brasileiros devido a preocupações com direitos humanos e censura.
  • Reunião entre chanceler Mauro Vieira e secretário de Estado Marco Rubio está agendada para discutir o assunto.
  • Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, promete rebater as tarifas e destacar oportunidades de investimento no Brasil.
  • Tarifas incluem produtos como café e carnes, enquanto 700 itens estão isentos de taxas adicionais.

Produzido pela Ri7a - a Inteligência Artificial do R7

Secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, e o representante comercial dos EUA, Jamieson Greer Reprodução/X/@USTradeRep - 15.10.25

O representante comercial dos Estados Unidos, Jamieson Greer, afirmou que parte do tarifaço americano imposto a produtos brasileiros está relacionado a “preocupações extremas com o Estado de Direito, a censura e os direitos humanos” no Brasil.

“[No Brasil], um juiz brasileiro assumiu a responsabilidade de ordenar que empresas americanas se autocensurem, dando-lhes ordens secretas para gerenciar o fluxo de informações sobre o Estado de Direito em relação a oponentes políticos no Brasil”, declarou Greer.


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Além disso, o Secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, interrompeu a fala de Greer para afirmar que houve “detenção ilegal de cidadãos americanos que estavam no Brasil”.

O R7 entrou em contato com o governo brasileiro e aguarda resposta. O espaço permanece aberto para manifestação.


As falas ocorrem um dia antes da reunião entre o chanceler Mauro Vieira e o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, prevista para esta quinta-feira (16), conforme confirmado pelo presidente Lula.

‘Pintou uma indústria petroquímica’

Este será o primeiro encontro entre as autoridades dos dois países após a conversa por videoconferência entre Lula e o presidente Donald Trump, no início deste mês.


“Não pintou química, pintou uma indústria petroquímica”, disse Lula, nesta quarta-feira (15), ao comentar a videoconferência realizada na semana passada com o presidente americano.

Ele brincou com a fala de Trump sobre “a química excelente” entre os dois na ocasião em que se encontraram rapidamente nos bastidores da Assembleia Geral das Nações Unidas, em setembro.


“Amanhã nós vamos ter a conversa de negociação”, complementou Lula em evento no Rio de Janeiro.

Após a “química” nas Nações Unidas e a conversa por telefone, Trump designou Rubio para dar sequência às negociações.

Rubio, então, convidou Mauro Vieira para liderar uma delegação brasileira em Washington.

Brasil tenta reverter as tarifas

Vieira desembarcou nesta terça-feira (14) na capital dos Estados Unidos para a agenda de trabalho.

Em entrevista recente, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que o Brasil vai oferecer os melhores argumentos econômicos aos Estados Unidos para reverter o tarifaço imposto ao país.

O principal deles, segundo o ministro, é que a medida está encarecendo a vida do povo americano.

Haddad lembrou ainda que os Estados Unidos já têm superávit comercial em relação ao Brasil e muitas oportunidades de investimento no país, sobretudo voltado para transformação ecológica, terras raras, minerais críticos, energia limpa (eólica e solar).

O tarifaço

O tarifaço imposto ao Brasil faz parte da nova política da Casa Branca, inaugurada pelo presidente Donald Trump, de elevar as tarifas contra parceiros comerciais na tentativa de reverter a relativa perda de competitividade da economia dos Estados Unidos para a China nas últimas décadas.

No dia 2 de abril, Trump impôs barreiras alfandegárias a países de acordo com o tamanho do déficit que os Estados Unidos têm com cada nação. Como os EUA têm superávit com o Brasil, na ocasião, foi imposta a taxa mais baixa, de 10%.

Porém, em 6 de agosto, entrou em vigor uma tarifa adicional de 40% contra o Brasil em retaliação a decisões que, segundo Trump, prejudicariam as big techs dos EUA e em resposta ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro, condenado por liderar uma tentativa de golpe de Estado após perder as eleições de 2022.

Entre os produtos tarifados pelos Estados Unidos estão café, frutas e carnes. Ficaram de fora da primeira lista cerca de 700 itens (45% das exportações do Brasil aos EUA), como suco e polpa de laranja, combustíveis, minérios, fertilizantes e aeronaves civis (incluindo seus motores, peças e componentes).

Depois, outros produtos também foram liberados das tarifas adicionais.

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