EUA: manifestantes armados pedem fim do isolamento em Michigan
Protesto em frente à Câmara dos Deputados contou com a presença de homens com fuzis. Estado registra mais de 3.700 mortes
Internacional|Ana Flávia Oliveira, com informações da Reuters
Centenas de manifestantes, muitos armados com fuzis, protestaram na Câmara dos Deputados de Michigan, nos Estados Unidos, nesta quinta-feira (30) contra a extensão das medidas de isolamento para conter a pandemia do coronavírus no Estado. O pedido foi feito pela governadora Gretchen Whitmer, do Partido Democrata, mas não foi votado pelos parlamentares republicanos.
O estado registra 41.379 casos de coronavírus, com 3.789 mortes. Em todo o país, mais de 1,1 milhão de pessoas foram infectadas e 63.746 morreram, segundo dados do governo local.
Os manifestantes, em sua maioria das áreas rurais do estado, alegam que as medidas de isolamento prejudicaram a economia em todo o estado, mesmo que a maioria das mortes pelo vírus esteja centrada na área metropolitana do sudeste de Detroit.
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Segundo a Reuters, os manifestantes, que protestaram pacificamente e tiveram a temperatura medida pela polícia, não respeitaram as regras de distanciamento seguro de 1,5 metro. Além disso, apenas uma parte deles usava máscaras de proteção.
Os manifestantes cantaram o hino nacional norte-americano e gritaram palavras de ordem como "Vamos trabalhar". Eles também disseram que a ordem de ficar em casa viola os direitos constitucionais.
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Um dos manifestantes, Mike Detmer, candidato republicano ao Congresso dos EUA, pediu a reabertura do estado. “Vamos abrir novamente as empresas. Vamos garantir que haja empregos para os quais voltarem".
A governadora Gretchen Whitmer pediu a extensão das medidas de isolamento por mais 28 dias, mas os parlamentares republicanos, maioria no Congresso de Michigan, votaram um projeto de lei para substituir o estado de emergência e suas ordens executivas por "um processo democrático normal", de acordo com um comunicado do presidente da Câmara dos Deputados, Lee Chatfield.
A ordem para ficar em casa vale até 15 de maio no estado, embora a governadora já tenha admitido que pode reduzir as restrições antes disso. Ela se baseia nas afirmações de especialistas em saúde, que alegam que os novos casos de covid-19 estão sendo controlados com sucesso.