EUA: Paralisação do governo federal custou dobro do preço do muro
Relatório concluiu que a paralisação do governo custou US$ 11 bilhões à economia; muro que Trump quer construir na fronteira custaria US$ 5,7 bi
Internacional|Fábio Fleury, do R7
Os 35 dias de paralisação do governo federal dos EUA causaram à economia norte-americana um prejuízo quase duas vezes maior que o muro que o presidente Donald Trump quer construir na fronteira com o México.
Segundo um relatório do Escritório de Orçamento do Congresso dos EUA, o período de mais de um mês em que cerca de 800 mil funcionários públicos federais ficaram sem trabalhar causou prejuízos de US$ 11 bilhões (cerca de R$ 40 bilhões).
O muro ao longo da fronteira, uma das promessas de campanha de Trump e principal motivo que levou o presidente a não assinar o orçamento federal para este ano, causando a paralisação, tem custo estimado em US$ 5,7 bilhões (cerca de R$ 21 bilhões).
Prejuízo aos pequenos negócios
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"Na nossa estimativa, a paralisação diminuiu a atividade econômica do pais, principalmente pela perda da contribuição dos trabalhadores federais ao PIB, ao atraso nos pagamentos do governo federal por bens e serviços e na diminuição da demanda", afirma o relatório.
Mas isso pode ser apenas uma parte do prejuízo. O estudo estima que, do prejuízo total, pelo menos US$ 3 bilhões (cerca de R$ 11 bilhões) não serão recuperados com a retomada dos serviços. O impacto para empresas pequenas pode ser ainda mais grave.
"Os efeitos serão ainda mais signifcativos para pequenas empresas e trabalhadores. As consequências indiretas podem ser ainda mais difíceis de quantificar. Por exemplos, algumas companhias não puderam obter licenças e certificações federais, outras não tiveram acessos a empréstimos subsidiados pelos governos. Tudo isso pode fazer com que as firmas atrasem decisões sobre investimentos e contratações", diz o relatório.
Governo discorda
Segundo a NBC, o consultor de economia da Casa Branca, Larry Kudlow, discordou das conclusões. "Não reconheço esses números. Certamente não haverá um dano permanente para a economia", disse ele, afirmando que os maiores prejuízos serão "dificuldades individuais".