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EUA podem ampliar tropas no leste europeu se Rússia atacar Ucrânia

Fonte da Casa Branca diz que país pode enviar reforços para a região se aliados pedirem, mas confronto direto não é 'prioridade'

Internacional|Do R7

Presidente da Ucrânia, Volodimir Zelensky, visitou soldados na fronteira com a Rússia
Presidente da Ucrânia, Volodimir Zelensky, visitou soldados na fronteira com a Rússia

Os Estados Unidos "responderão afirmativamente" a seus aliados da Europa Oriental se estes solicitarem uma maior presença militar em caso de um ataque russo à Ucrânia, disse nesta segunda-feira (6) um alto funcionário da Casa Branca.

"Haveria uma maior demanda de nossos aliados" no leste europeu para aumentar a presença de "tropas, capacidades e exercícios" em face de qualquer intervenção do Exército russo e, neste caso, os "Estados Unidos responderiam afirmativamente", detalhou a fonte.

Contudo, o alto funcionário deixou claro que, neste momento, Washington descartava uma resposta militar direta em caso de ataque contra a Ucrânia.

"Os Estados Unidos não querem estar em uma posição na qual o uso direto das forças americanas seja o cerne de nosso pensamento", enfatizou a fonte.


Washington pretende se concentrar em "uma combinação" de "apoio ao Exército ucraniano", "fortes sanções econômicas" e "aumento substancial de apoio e das capacidades com os aliados da Otan", em caso de conflito na Ucrânia.

O presidente americano, Joe Biden, se reunirá com o chefe de Estado ucraniano, Volodymyr Zelensky, "nos dias seguintes" a seu contato com o presidente russo, Vladimir Putin, informou o alto funcionário da Casa Branca, que também assinalou que o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, manteria uma conversa com Zelensky nesta segunda.


Biden também se reunirá hoje "com aliados-chave da Europa para coordenar a mensagem" que será enviada por videoconferência a Putin nesta terça-feira (7), e para mostrar que encara esta conversa "em unidade com os aliados e em forte solidariedade transnacional".

Sem 'avanços'

O Kremlin, por sua vez, adiantou hoje que não esperava "avanços" durante a reunião virtual com a Casa Branca. 


Está previsto que a conversa entre Biden e Putin — que se reuniram em junho em Genebra, na Suíça, e depois mantiveram conversas telefônicas em janeiro, abril e julho — gire em torno da Ucrânia, principalmente.

Kiev e seus aliados acusam a Rússia de ter concentrado tropas e veículos blindados em sua fronteira oeste com a intenção de atacar a Ucrânia.

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"Nós não sabemos se o presidente Putin já tomou uma decisão sobre uma eventual escalada militar na Ucrânia. Mas sabemos que ele já iniciou as capacidades para lançar tal escalada", disse uma fonte americana.

Moscou, por sua vez, nega qualquer intenção belicosa, mas planeja algumas exigências, em particular um compromisso de que Ucrânia não se juntará à Otan, como fez com um grande número de países do antigo bloco soviético.

Nem Kiev, nem os Estados Unidos têm a intenção de assumir tal compromisso, apesar de que, na prática, o processo de adesão da Ucrânia à aliança militar, mesmo que esteja oficialmente aberto, parece congelado.

Além disso, o presidente democrata de 79 anos jamais mediu suas palavras em se tratando de Putin, pois já duvidou que o líder russo tivesse "alma" e, inclusive, o chamou de "assassino" em público.

Biden também quer se mostrar como o paladino da democracia no mundo, uma posição que será difícil de manter se os Estados Unidos fecharem os olhos para um novo ataque da Rússia contra a Ucrânia.

Não obstante, o presidente americano espera, ou pelo menos esperava até agora, estabelecer uma relação "estável e previsível" com Moscou.

Putin, por sua vez, deseja confirmar a posição da Rússia como uma potência no jogo geopolítico mundial, que hoje está dominado pela rivalidade entre China e Estados Unidos.

Desde 2014, a Ucrânia trava uma guerra contra milícias separatistas pró-Rússia na região de Donbass, no extremo leste do país, que já deixou mais de 13.000 mortos entre tropas governamentais e rebeldes, enquanto Moscou é acusada pelo Ocidente de envolvimento no conflito.

Os enfrentamentos começaram após a anexação militar da Península da Crimeia pela Rússia.

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